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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Quero logo as férias para, então, querer voltar às aulas


A cada dia de minha vida, vivi esperando pelos fins de semanas, feriados e as tão sonhadas férias. Digo a mim mesma que me sinto cansada do trabalho e que quando não precisar mais estar nele serei alguém mais realizada, calma e feliz.

Entretanto, não é a verdade que digo a mim mesma. Quando chegam as tão desejadas férias deixo de lado um trabalho longo e contínuo que me massacrava para me saturar de dezenas de outros pequenos e aleatórios afazeres que me consomem tanto quanto o anterior.

Não importa o quão esgotada eu esteja, sempre haverá algo que precisa ser feito, que precisa ser organizado. E minha cabeça se enche, como sempre. Sempre em trabalho, sempre em ação. E quando, finalmente, tudo parece estar no lugar e aproveitar o merecido descanso seria o certo a se fazer, é quando vem a sensação de impotência.

Não posso ficar parada. Se permitir o tédio é sinônimo de ser inútil. Existe tanta gente lá fora em movimento, trabalhando, eu também preciso estar assim. Não quero ficar aqui olhando para as paredes quando posso estar adiantando algo para o dia de amanhã que nem sei se chegará; não posso ficar aqui deitada quando poderia estar investindo para ganhar mais e mais dinheiro que nunca será o suficiente. Por isso, quero voltar logo ao trabalho; quero voltar logo à rotina de aulas. Não posso ficar aqui. Não quero pensar. Se pensar é existir. Não penso, logo, também não existo. E nesse mundo, é tão mais fácil apenas seguir e nunca realmente existir. Não quero existir, pois não sou o suficiente para isso.



 A Sociedade do Cansaço é um livro de Byung-chul Han. Nele, Han afirma que, em nossa sociedade contemporânea, todos os males da alma surgem devido aos extremos positivistas que vivenciamos em toda e qualquer atividade.

Han diz que o excesso de positividade nos tornou uma sociedade de desempenho, ou seja, devemos estar em mobilidade, criando a todo momento. Nosso único objetivo é a produtividade, com a certeza de que quanto mais conquistamos mais seremos felizes. Todavia, essa falsa felicidade nunca é alcançada, já que a cada meta atingida uma nova é criada, tornando eterna a busca pela bem-aventurança.

Texto por: Maianna Medeiros
Matrícula: 99188

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