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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O movimento punk, Bourdieu e você não sabe ser rebelde


O movimento punk surgiu como uma rebeldia. Bandas que não sabem nada de teoria musical,
vocalistas que não cantam bem e zero presença de palco. Sex Pistols lança em 1970 um Cd que satiriza a Rainha e junto, um lema do tipo “qualquer um pode montar uma banda”. O interessante é pensar que o movimento punk surge como uma descontruçao da padronização cultural da época, mas ela possui sua própria padronização. Como isso se relaciona com Bourdieu? Bem, o social precede você. Existem hábitos que indicam inclusive como você pode se expressar contra a própria sociedade. Uma sociedade bem desenvolvida é a que permite que você a critique, sem entretanto, sair do jogo.  
É esse controle que permite que a sociedade se transforme e cresça. Hábitos merecem serem quebrados também. A nossa sociedade pós moderna é o movimento mais radical nesse sentido: ela se reconstrói o tempo todo, de modo até cansativo. Entretanto, ela não sabe muito bem o que criticar e nem consegue ver facilmente suas bases. Não sabemos mais de onde vieram nossos hábitos e identifica-los se tornou um processo mais complicado do que pensaríamos. Uma sociedade sem bases aponta para sua destruição, por que não sabe o que reconstruir. E talvez não se importe em construir.
Talvez isso nos ajude a perceber a morte de movimentos realmente revolucionários. Todo e qualquer um é um revolucionário, a sua maneira. Não sabemos identificar possíveis liberdades.  
Agostinho concorda conosco (estranhamente). Anos depois de seu famoso livro “Livre Arbítrio”, como fruto de sua discussão com Pelágio, ele lança outro agora intitulado “Graça e livre arbítrio”, onde revê seus ideais. Agostinho percebe que não é possível sermos totalmente livres e elabora o conceito de “pecado original” pra explicar a extinção do livre arbítrio. O pecado é o que primeiro nos escraviza. O que chamamos de nosso e consideramos genuíno de nós, é mais fruto de uma vontade escrava e meios sociais.
Cinema? Vemos. No episodio Bandersnatch da série Black Mirror, vemos o quanto a liberdade é limitada a possibilidades sociais. Você pode escolher, mas entre essas opções limitadas.
Autonomia me parece a opção mais provável. A gente não sabe ser rebelde.


Kedma Julia 99174 

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