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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

As consequências do não reconhecimento "Doze Anos de Escravidão"





A teoria do reconhecimento criada pelo filosofo e sociólogo alemão Axel Honneth se baseia de fato na necessidade do ser humano em ser reconhecido pelos demais. Em sua teoria, Honneth reconhece três esferas do reconhecimento humano: o amor, que pode ser transmitido pelo afeto da mãe ou da família, as leis, nas quais o individuo se reconhece como cidadão e a esfera da solidariedade que promove, portanto, a valorização social. Porém, o que acontece quando tais esferas são danificadas?

O filme “Doze Anos de Escravidão”, memórias de Solomon Northup, retrata bem em seu roteiro as consequências que o não reconhecimento pode trazer para um indivíduo. Um homem livre até então, pai de família, violinista, e respeitado pela cidade de Nova Iorque, Northup vê seus direitos e sua liberdade negada após aceitar um trabalho que o leva até outra cidade onde é sequestrado e vendido como escravo apenas por ser negro.

Pode-se observar ao longo da trama que o processo de desrespeito diário e constante sofrido por Solomon é tão grande que faz com que ele se reconheça de outra forma. A desumanização é retratada a todo o momento no filme, castigos físicos, algemas, correntes e outros instrumentos de tortura fazem parte agora da vida de Solomon, aquele homem livre já não existe mais, não existem direitos, amor e muito menos solidariedade. Sendo assim, aos poucos Northup vai perdendo a sua capacidade subjetiva de se ver como ser humano.

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