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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Like the devil?

Cena do episódio 01, da primeira temporada, quando Lucifer conhece Trixie, filha
da detetive Decker.

“Lucifer (Tom Ellis), também conhecido como o Senhor do Inferno, se cansa da vida demoníaca que leva no subterrâneo e decide se mudar para Los Angeles. Lá, ele passa a ajudar a polícia local a cercar e punir malfeitores”. Essa é a sinopse da série Lucifer, de acordo com o site AdoroCinema.

Assim como já dito, Lucifer se farta da chata rotina de governar o inferno e vai tirar férias na Cidade dos Anjos, lá ele conhece e convive com os mais diversos tipos de pessoas, sem ter, em momento algum, vergonha ou medo de dizer a elas quem ele realmente é: o diabo.

Entretanto, apesar da clareza nas palavras de Lucifer, os seres humanos sempre parecem não acreditar no que sai de sua boca. Ao menos é isso que vemos acontecer diversas vezes com a detetive Decker e com Linda, amiga e, posteriormente, terapeuta do protagonista. Enquanto para Decker, ele não passa de um “cara egocêntrico e pirado”, para Linda, ele é alguém que tem problemas no passado e por isso vive em uma metáfora, criando para si o personagem Lucifer Morningstar. Quando o Senhor do Inferno decide mostrar sua verdadeira face à elas, apesar de isso acontecer em episódios diferentes, ambas tem a mesma reação: ficam paralisadas. Mesmo com toda sua inteligência e perspicácia, elas simplesmente não conseguem processar aquela informação e se negam a crer no que seus olhos veem. Como diz o próprio Lucifer, elas “quebram”.

A reação das personagens, no entanto, pode ser debatida filosoficamente no conceito de verdade. Esse conceito diz que o mundo só existe dentro de nossas mentes, ou seja, ele é o que cada um de nós acreditamos que seja e fora de nossa cabeça, a realidade não passa de algo ininteligível. Daí vem a nossa eterna necessidade de conhecimento, o ser humano vive para aprender, para buscar respostas, porque tem medo de aceitar que o mundo é sem sentido, que o mundo é o caos.

Acostumados com um mundo que nós mesmos criamos, quando nos deparamos com algo que é extremamente diferente daquilo que estamos habituados, nosso cérebro se torna incapaz de atribuir sentido àquilo, isto é, não o vemos.

Nasce, então o conceito de verdade, que erroneamente acreditamos tratar-se da realidade. A verdade não pode ser a realidade pois, como já vimos, esta não existe (e se existe não é capaz de ser compreendida). Dessa forma, verdade nada mais é do construir diálogos que podem ser verificáveis e essas verificações podem variar de acordo com as pessoas e grupos, por isso, a verdade é extremamente multável.

Voltemos a Lucifer. Para a detetive e para a terapeuta a única verdade aceitável era que Lucifer fosse um personagem construído por alguém cercado por traumas. Levar em consideração que ele realmente fosse o Senhor do Inferno estava fora de cogitação, porque estava também fora da realidade delas e daquilo que elas achavam conhecer. Mas quando vai a um culto “satanista”, por exemplo, Lucifer não é questionado em momento algum e os “fiéis” acreditam cegamente que ele seja de fato o diabo. A partir do momento em que Lucifer Morningstar se revela à Decker e Linda, porém, as duas “quebram” pois seus cérebros não são capazes de compreender aquilo que seus olhos veem. Toda sua realidade é quebrada. O mundo em que elas acreditavam até então, simplesmente não existe. 


Texto por: Maianna Medeiros
Matrícula: 99188

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