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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Espiral do Silêncio em "Elisa e Marcela"

A teoria da Espiral do Silêncio foi proposta no ano de 1977 pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann, sendo um conceito da ciência política e comunicação de massa ela o trata como um molde de opinião pública. O principal conceito da teoria é que as pessoas omitem sua opinião quando conflitantes com a opinião dominane devido ao medo do isolamento, da crítica ou zombaria. Como definição: "Os agentes sociais analisam o ambiente ao seu redor, e ao identificar que pertencem à minoria, preferem se resguardar para evitar impasses. Esse comportamento gera uma tendência progressiva ao silêncio denominado espiral, visto que ao não expôr essa ideia, o indivíduo automaticamente compactua com a maioria, assim, outras pessoas que compartilham dessa opinião também não a verbalizam. Quanto menor o grupo que assume abertamente a opinião divergente, maior o ônus social em expressá-la.". 

Com base nessa teoria destaca-se o filme "Elisa e Marcela", original da Netflix e lançado em 2019, é um drama romantico biográfico espanhol, dirigido por Isabel Coixet, que desenvolve um pouco da ideia de Neumann. O longa em preto e branco nos fazem ter a sensação de estar diante de uma tela antiga, nos levando em uma viagem ao tempo a partir de uma estética sombria. 

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A história é sobre um casal de mulheres que desafiam a moralidade cristã espanhola do século XX, elas vivem um romance e resolvem enganar a Igreja para se casarem, até então o casamento homossexual era proibido no país, a lei só veio a permitir mais de um século depois, em 2005. Elisa Sánchez Loriga e Marcela Garcia Ibeas foram as primeiras pessoas do mesmo sexo a se casarem na Espanha.

Ambas frequentavam a escola de formação de professoras, lá elas se conheceram e se apaixonaram, porém foram separadas pela família de Marcela, que a envia para Madri com intuito de concluir seus estudos. Marcela reencontra Elisa, após formada, e elas passam a viver juntas. Na escolha de viver um amor considerado escandaloso e imoral, Elisa assume a identidade de Mário, aproximando o máximo possível de uma aparência masculina por causa do preconceito naquela época, as duas então conseguem se casar com todo esse disfarce.

Quando as autoridadess finalmente descobrem a verdadeira identidade de Mário, que era uma mulher, inciou-se uma caçada para capturar e punir o casal lésbico. A história teve bastante repercussão na mídia e a dupla ficou famosa, elas fugiram para Portugal, foram presas, escaparam e se perderam em Buenos Aires, reiniciaram a vida por lá e nunca mais se ouviu falar delas.

A Espiral do Silêncio se encaixa no momento em que há a troca de identidade, onde se omite algo para tentar se encaixar em um grupo, e no caso delas, de poder viver o amor. Foi essa a solução que o casal encontrou para serem dignas de viverem juntas sem o julgamento alheio, pois a partir do momento em que Marcela se casou com Elisa que na verdade se passava como homem a sociedade observava isso como algo normal, sendo aceito. Com quase duas horas de duração, é uma trama bastante reflexiva e com assuntos pesados, uma história de amor e luta com impasses em torno do cénario espanhol da época.


Laísa Rodrigues de Menezes

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