O termo “espiral do silêncio” foi nomeado pela filósofa e política alemã Elisabeth Noelle-Neumann, com o objetivo de explicar a razão pela qual as pessoas permanecem, em muitos casos, silenciosas quando têm a quase sempre falsa sensação de que a suas opiniões e filosofias, visão de mundo, concepção do mundo, ou sua ideia geral da organização do cosmos de acordo com as descobertas científicas ou até mesmo o seu conjunto de intuições estão em minoria.
A pesquisadora desenvolveu suas observações entre as décadas de 1960 e 1980, em um contexto nacional da Alemanha dividida pelo Muro de Berlim e em um contexto internacional de Guerra Fria. É espantoso, então, que uma hipótese que surgiu em meio ao caos geopolítico e social continue a explicar as relações comunicacionais da nossa sociedade atualmente.
Em 2014 uma pesquisa sobre a liberação do aborto foi feita no Brasil e conseguimos ver que poucos entrevistados acreditam que o aborto deveria ser proibido por lei em todos os casos (mulheres 17% e homens 12%), porém mais da metade dos homens e mulheres ouvidos afirmaram que nunca votariam em um candidato ou candidata que se colocasse a favor da legalização, demonstrando qual é a verdadeira opinião pública, aquela que regula a moral e os costumes dos brasileiros: o aborto não deve ser legalizado no Brasil. Esse caso serve como exemplo para explicar um acontecimento das eleições no país pois candidatos que defendiam a legalização do aborto e mais direitos ligados ao corpo da mulher na saúde pública, como Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSol), eram tidos como excêntricos e fora dos padrões, os ditos candidatos sérios, aqueles que tinham chance de ganhar, como Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), não podiam se pronunciar sobre a questão para se manter com a chance de chegar ao poder, ambos sabiam que como o Brasil tem uma forte ideologia religiosa e preferiram se calar diante de um assunto tão delicado e de tanta importância.

Iasmim Lamounier
ES99209
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