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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?

Roberta Abreu (99208)


    
    O antigo grupo musical de reggae, "O Rappa", durante muitos anos trabalhou e deixou seu legado de composições musicais com sinceras denúncias das mazelas sociais. Dentre tantas canções, o destaque de hoje vai para Minha Alma, também conhecida como A paz que eu não quero.

Confesso que, por muitos anos, escutei incontáveis vezes e sabia de cor, mas jamais imaginei que por trás das entrelinhas houvesse tanto sentido e vericidade. Em suma, a música fala de um cara que cai na real e percebe que está coagido pela sociedade a não expressar sua voz, suas verdades e opiniões; e esse mesmo cara, por muito tempo, acreditou estar vivendo em paz, só que graças aos seus momentos de inalienação, ele entende que não se trata de tranquilidade, e sim de medo e opressão do seu ponto de vista.

Saca essa estrofe:

"A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!"

Isso pode ser explicado - em termos de ciência - pela Teoria Espiral do Silêncio, que foi proposta por uma genia chamada Elisabeth Neumann. Esse estudo traz como foco central explicar e discutir os indivíduos que se calam, preferindo abster os pensamentos que acreditam e se julgam "incapaz de opinar", simplesmente por medo do isolamento social, medo de chacotas, medo de ser apontado como um grande bocó, etc. Cada um carrega consigo sua bagagem histórica, seus medos, suas experiências... portanto é mais do que óbvio que nem todo mundo terá a mesma opinião formada acerca dos assuntos. Mas as pessoas, muitas vezes, não tem coragem de expressar aquilo que acreditam; seja em relação a política, a religião, as teorias da conspiração, ou qualquer outro assunto que rodeia o Universo. Medo de ser julgado, receio de sofrer isolamento, vergonha de dialogar, oratória ruim... os motivos para tal silêncio são muuuuitos, mas ambos carregam algo em comum: ambos te tornam um grande e miserável escravo da opinião alheia.

Agora flagra esse pedaço:

"Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo"

 Drogas de aluguel que ele fala são materializadas como o rádio, a TV, os jornais, a Internet e qualquer outro veículo midiático que exerça dominância/força sobre as opiniões individuais na sociedade. São drogas porque viciam, nos alienam e nos deixam apáticos, só recebendo informação e aceitando elas sem questionar, sem buscar a procedência, e, além de tudo, nós deixamos que ela se infiltre dentro de nós mesmos, afogue nossas concepções e molde nossa personalidade; nos tornando prisioneiros de suas manipulações.

Dica do dia: se você tem uma opinião formada, se você tem pra si aquilo que acredita como verdade, não se deixe calar por qualquer um. Seja ativo, se manifeste. Você tem boca e ela não foi feita só pra cumê. Não acredite nessa falsa paz: converse mais, dialogue mais, grite mais, se expresse mais. Não se deixe coagir, lute pela quebra do seu silêncio (a não ser que não saiba nada de nada que nem a Glória nessa entrevista rs)










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