Os diálogos do Telegram revelados pelo Intercept envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da Polícia federal, Dalton Dallangnol, estão na pauta do dia de todos que acompanham a divina comédia política brasileira. Toda semana, os espectadores ficam ansiosos aguardando o próximo episódio de constrangimento do “Super Moro”, o ex-herói que acaba de conhecer sua kriptonita.
Os curiosos até ficam imaginando por
que motivos o Greenwald não bota logo o fogo no parquinho e libera todas estas
mensagens. Afinal de contas, poderia ser uma tática interessante para minar as
bases do “conje” e do controverso governo Bolsonaro.
Mas vamos lá, a estratégia de
comunicação utilizada pelo Intercept é influenciada pelo famigerado “Media
Setting”, mecanismo da comunicação que tem por finalidade condicionar a opinião
pública em torno de pautas desejadas.
Sobre o “Media Setting”, amplas
são as concepções sobre seu alcance e potencialidade. Alguns autores defendem
que ele é capaz de determinar a opinião pública, outros, menos ousados, compreendem
que ele capaz de condicionar os assuntos que o público comenta.
Eu diria que, embora não tenha a
plena capacidade de controlar o que o povo pensa, o Média Setting tem
potencialidade para condicionar os assuntos que serão debatidos pelo público,
com efeito sobre amplos setores da mídia, que são constrangidos a pautar os
assuntos que a massa replica, pois existe esta relação dialética entre massa e
mídia.
Isso é o que torna os diálogos
tão interessantes, como um verdadeiro reality show, pois se atualiza
periodicamente e coloca o assunto “na boca do povo”, além de tornar menos maçante
a leitura de “10 mil mensagens”. Portanto, fica claro que o objetivo é
controlar a narrativa sobre o fato e criar lentamente o consenso sobre a pauta.
Esperto, não?
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