Postagem em destaque

Quem influencia quem?

Isabelle Kruger Braconnot 99173 superestrutura O paradigma marxista sobre infraestrutura e superestrutura já é utilizado a muito tempo. A...

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Intercept e Agenda Setting

                                                                                                                Breno Guimarães - 89540

Os diálogos do Telegram revelados pelo Intercept envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da Polícia federal, Dalton Dallangnol, estão na pauta do dia de todos que acompanham a divina comédia política brasileira. Toda semana, os espectadores ficam ansiosos aguardando o próximo episódio de constrangimento do “Super Moro”, o ex-herói que acaba de conhecer sua kriptonita.
Os curiosos até ficam imaginando por que motivos o Greenwald não bota logo o fogo no parquinho e libera todas estas mensagens. Afinal de contas, poderia ser uma tática interessante para minar as bases do “conje” e do controverso governo Bolsonaro.
Mas vamos lá, a estratégia de comunicação utilizada pelo Intercept é influenciada pelo famigerado “Media Setting”, mecanismo da comunicação que tem por finalidade condicionar a opinião pública em torno de pautas desejadas.
Sobre o “Media Setting”, amplas são as concepções sobre seu alcance e potencialidade. Alguns autores defendem que ele é capaz de determinar a opinião pública, outros, menos ousados, compreendem que ele capaz de condicionar os assuntos que o público comenta.
Eu diria que, embora não tenha a plena capacidade de controlar o que o povo pensa, o Média Setting tem potencialidade para condicionar os assuntos que serão debatidos pelo público, com efeito sobre amplos setores da mídia, que são constrangidos a pautar os assuntos que a massa replica, pois existe esta relação dialética entre massa e mídia.
Isso é o que torna os diálogos tão interessantes, como um verdadeiro reality show, pois se atualiza periodicamente e coloca o assunto “na boca do povo”, além de tornar menos maçante a leitura de “10 mil mensagens”. Portanto, fica claro que o objetivo é controlar a narrativa sobre o fato e criar lentamente o consenso sobre a pauta. Esperto, não?

#agendapublica #opiniaopublica

Nenhum comentário:

Postar um comentário