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domingo, 15 de setembro de 2019

O movimento LGBTQIA+ na mídia


Não é novidade que a mídia é uma forte formadora de opinião. Durante o século XX, a escola de Chicago dedicou seus estudos à influência dos meios midiáticos na opinião pública, as teorias da Mass Comunication Research. Os estudos na área da comunicação tinham como objetivo entender a relação entre a ascensão da mídia com as novas tecnologias e o indivíduo, a sociedade e, no macro, o mundo contemporâneo.

A Agenda Setting conceitua-se como a seleção das notícias divulgadas que, posteriormente, serão responsáveis pela forma com que o indivíduo forma sua própria opinião. A teoria hipodérmica, nos estudos dos efeitos da comunicação, determinava essa influência como algo autoritário para a sociedade, o público era visto como passivo e predispostos aos estímulos dos meios. Entretanto, a visão sobre as mídias serem alienantes ao ponto do público não conseguir construir uma opinião sem influências foi deixada de lado, pois a opinião pública, formada pela soma das opiniões individuais, define aquilo que os meios irão pautar. Essa mudança de pensamento sobre os próprios meios pode ser exemplificado na trajetória dos movimentos de minoria, como no LGBTQIA+ em questão.

Segundo Facchini (2011), o mundo ocidental já reivindicava políticas inclusivas da diversidade de gênero desde a década de 1940. No Brasil, os movimentos minoritários ganharam visibilidade apenas depois do fim da ditadura militar no país. O pioneiro no meio jornalístico a acusar a sociedade sexista brasileira foi o jornal Lampião da Esquina do Rio de Janeiro, apontado por Facchini, que gerou espaços para uma afirmação da sexualidade e debates de gênero. Portanto, os meios de comunicação só começaram a pautar a causa LGBTQIA+ após uma grande demanda da população guiada pela luta por visibilidade.


Atualmente, a temática dos debates de gênero continua em alta - assim como os debates sobre racismo, feminismo, gordofobia, transfobia, entre outras lutas minoritárias - e os suportes de campanhas publicitárias utilizam-se desses discursos para seu benefício. Como, por exemplo, as embalagens de Doritos na Parada Gay de São Paulo e a polêmica que envolveu a cantora Anitta (Larissa de Macedo), criando o termo Pink Money, já que a causa foi usada para benefício próprio.

Em suma, a mídia atua como formadora de opinião pública, mas também é um produto da própria cultura. A causa LGBTQIA+ apareceu na imprensa por meio de lutas populares daqueles que a defendiam e, nos dias atuais, os meios de comunicação ditam como o movimento é divulgado para o público.

Laís Fidélis - 99180

Referências bibliográficas:
http://www.editorarealize.com.br/revistas/conages/trabalhos/TRABALHO_EV112_MD1_SA13_ID157_07052018150953.pdf

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