Adaptação cinematográfica do primeiro livro da série escrita
por James Dashner e dirigido por Wes Ball, a trama se passa e um futuro, meio
apocalíptico, meio utópico, o jovem Thomas (Dylan O’Brien) é escolhido para
enfrentar o sistema. Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, ele
não consegue se lembrar nem de seu nome. Na comunidade isolada em que foi
abandonado, ele conhece outros garotos que passaram pelo mesmo. Para conseguir
escapar, Thomas precisa descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e
correr muito.
Sob a ótica dos estudos de Karl Popper, esse filme se
assemelha muito ao conceito de falsificacionismo.
Antes de tudo, convém ressaltar que Popper propõe uma corrente
lógico-filosófica, isto é, todo conhecimento científico é refutável e corrigível,
tornando a ciência um conhecimento que se deve lapidar até chegar a perfeição
da verdade.
Esse filósofo debruçou-se sobre o racionalismo científico,
formulando o método hipotético, o qual antes da observação para a formulação de
ideias, as ideias sejam pensadas. Somente depois devem ser verificadas para
confirmar se fazem ou não sentido. O que quer dizer que uma hipótese científica
tem de surgir primeiro para somente depois ser submetida a testes.
Popper estabeleceu três importantes momentos no processo de
pesquisa:
Problema: pensar em um conflito que precisa ser resolvido.
Conjecturas: comprovar experimentalmente.
Falseamento: provar que a teoria é científica pelo fato de
ela poder ser falsa.
A falseabilidade é um dos conceitos mais importantes de Popper.
Ela testa o grau de confiança das teorias existentes, na medida recolhe
elementos capazes de falsificar uma teoria. Esse foi o que aconteceu, por exemplo,
com Einstein quando provou os erros da teoria de Newton.
No caso de Maze Runner (Correr ou Morrer), Thomas realizar a
todo momento um falseamento, a partir do momento que cria hipóteses sobre o
funcionamento do labirinto e depois são verificadas quando eles e seus amigos
saem para testá-las.
Em uma das cenas do filme, Thomas e seus colegas exploram o
labirinto pela noite para tentar mapear a mudança de posição do labirinto e
comprovar se uma das hipóteses de um dos garotos da clareira está correta. No
mais, ela estava correta, quando de fato as posições mudam.
É perceptível então que Thomas e os outros garotos sempre
estão fazendo deduções lógicas partindo de proposições de observações singulares
(movimento do labirinto) para chegar refutar alguma suposição universal do
labirinto (será que ele tem saída¿, como ele funciona¿). É feita uma observação
que irão fornecer dados para a conclusões universais (raciocínio indutivo de
Popper). Eis aqui uma diferença então: no raciocínio indutivo “Se todas as
premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não
necessariamente verdadeira. A conclusão encerra a informação que não estava,
nem implicitamente, nas premissas.”, enquanto que o raciocínio dedutivo é maleável
e passível de erro, já que “Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão
deve ser verdadeira. Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já
estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.” A indução abre portas para o
falsear e refutar, já a dedução não.
Nome: Alice Ruschel Mochko
Matrícula: 99178
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