Postagem em destaque

Quem influencia quem?

Isabelle Kruger Braconnot 99173 superestrutura O paradigma marxista sobre infraestrutura e superestrutura já é utilizado a muito tempo. A...

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Funcões



O Paradigma Funcionalista visto como um novo paradigma explica a sociedade em termos de funções. Para ela dá mesma forma que um órgão (coração, pulmão) sustenta a vida de um ser humano, uma instituição (família, igreja) mantém a ordem social vigente.

E as funções pertencentes à Comunicação seriam:

·        - Vigilância e manutenção do modelo
·        - Estabelecimento de relações como adaptação e integração
·        - Transmissão de herança cultural

Sendo assim a comunicação constitui um conjunto de instituições cujo trabalho é essencial para a manutenção da ordem social e para a própria manutenção do modelo funcionalista.

É perceptível como a comunicação realiza diversas funções e a capacidade de adaptação a vários meios, como rádio, TV, internet e afins. Tinha a ideia de que ela deveria manter o equilíbrio da sociedade, mas hoje através da pluralidade de vozes esse controle está além dela, porque junto com a internet veio uma comunicação mais democrática.
Agora há um contato mais recíproco.

Taynara Pena 99205

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Sherlock Holmes e o Falsificacionismo

Resultado de imagem para sherlock holmes charuto
O método de Sherlock Holmes envolve, em certa medida, a clássica definição do 
método científico: (1) Problema (a existência de um crime); (2) Indução (a apreciação dos 
indícios na cena do crime); (3) Hipótese (a elaboração de conjecturas, palpites ou soluções provisórias para o problema); (4) Teste (a verificação desses palpites a partir de evidências 
colhidas para esse propósito); e, finalmente, (5) Teoria (a formulação de uma explicação 
geral para o problema).
O que Sherlock Holmes faz é, basicamente, aplicar um procedimento pelo qual ele 
tenta avaliar as suas respostas iniciais ou as suas primeiras soluções para o problema. Ou 
seja, se utilizando de critérios empíricos (simplicidade, coerência, precisão, analogia) 
avalia quais das soluções possíveis têm mais possibilidade de sucesso. 
Esse foco no método de investigação criminal presente nos romances de Sherlock 
Holmes é, provavelmente, uma das razões que notabilizaram a personagem que, ainda 
hoje, exerce grande fascínio. Baseando-se sempre nos indícios presentes na cena do crime 
e, também, em entrevistas com as vítimas envolvidas, Holmes é capaz de formular 
hipóteses que, posteriormente, são colocadas à prova pelo confronto com os fatos 
observados na investigação. Esse procedimento permite a personagem resolver os crimes 
investigados.
Analisando as obras de Conan Doyle podemos observar, de certo modo, o desenvolvimento do falsificacionismo a partir das atitudes de Holmes, principalmente quando Karl Popper cita "ao contrario de quanto mais se consegue comprová-la, uma teoria se torna lei quando se não consegue mais negá-la". 

Laísa Rodrigues de Menezes - 99197

A verdade e as miopiais - Carlos Drummond de Andrade

Resultado de imagem para drummond
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema acerca do tema "verdade", onde ele faz uma anologia para com a miopia, fazendo referência à uma falta de nitidez. Ele trata a verdade como profunda, como algo que se requer cuidado, ainda mais no contexto que provém diversas informações. Podemos refletir a responsabilidade daqueles que trabalham com a verdade, como exemplo um jornalista que precisa apurar os fatos. O que será verdade? Segue o poema:
A verdade e as miopiais - Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta

mas só deixava passar

meia pessoa de cada vez.


Assim não era possível atingir toda a verdade,

porque a meia pessoa que entrava

só conseguia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade

voltava igualmente com meio perfil.

E os meios perfis não coincidiam.


Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.

Chegaram ao lugar luminoso 

onde a verdade esplendia os seus fogos.

Era dividida em duas metades

diferentes uma da outra.


Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.

Nenhuma das duas era perfeitamente bela.

E era preciso optar. Cada um optou

conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Laísa Rodrigues de Menezes - 99197

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Aspectos da ideologia de Karl Marx e Antonio Gramsci na música "Ideologia" de Cazuza



Existem diversas visões a respeito de ideologia. Para o senso comum, ela remete a um conjunto de ideias que circulam na sociedade e, muitas vezes, ganha um sentido negativo. O projeto de lei da chamada Escola Sem Partido, por exemplo, do plano de governo do atual presidente Jair Bolsonaro propõe acabar com a ideologia nas escolas. Nesse sentido, o conceito foi visto como algo ruim, mas em uma entrevista para o Brasil de Fato, José Luiz Fiorin, um dos maiores especialistas brasileiros em Pragmática, Semiótica e Análise do Discurso falou um pouco sobre o assunto e ressaltou algo muito interessante a respeito do conceito de ideologia:
“Brasil de Fato: O que está por trás dessa proposta de Escola Sem Partido, de escola sem ideologia? José Luiz Fiorin: Na verdade, a palavra ideologia ganhou um sentido negativo. Ideologia é o posicionamento político do outro. Hoje a direita diz que não tem ideologia, ou seja, eles tomam a ideologia como se fosse alguma coisa não verdadeira e, em oposição a isso, existe a verdade que é a adequação do discurso à realidade. Brasil de Fato: O que é ideologia então? José Luiz Fiorin: Ideologia compreende valores. Eu acho que aí está havendo uma 'mistureira' de coisas. A escola precisa sempre estar ao lado dos valores da igualdade, da solidariedade e da liberdade. Levar em conta estes valores e discutir esses valores não é fazer propaganda política para um candidato. Acho que essas coisas vão se misturando todas nessas discussão.” – Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2018/10/15/bolsonaro-e-escola-sem-partido-querem-educacao-que-ensine-ideologia-da-direita/
Já para Antonio Gramsci, a ideologia circula em todas as classes e grupos sociais, uma vez que a infraestrutura e superestrutura, se influenciam e se alteram mutuamente. Nesse contexto, sempre existirá a disputa pela hegemonia de ideias.   
Por fim, para Karl Marx a ideologia seria somente da classe burguesa dominante que usava dessa carga ideológica para alienar ainda mais a classe proletária dominada. Sendo assim, o conhecimento que deveria ser universal e neutro era, na verdade, tendencioso. Assim, a classe dominada acreditava naquela ideologia imaginando que ela fosse universal.
A música “Ideologia” de Cazuza faz uma crítica a situação política/social do país e possui alguns trechos que trazem, na minha concepção, algumas ideias de Marx e de Gramsci. Observe abaixo:
              Que aquele garoto/ Que ia mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Frequenta agora/  As festas do Grand MondeComentário: observa-se, nestes trechos, que o eu-lírico que era sonhador acabou se integrando à sociedade dominante, frequentando ambientes da alta sociedade e, provavelmente, defendendo seus ideais. Nesse sentido, observa-se o aspecto do pensamento de Marx onde a classe dominante com sua carga ideológica alienou o eu lírico.
               Ideologia!/ Eu quero uma pra viver Comentário: observa-se que o eu lírico, diante da decepção com os ideais que acreditava, necessita de uma nova ideologia para sobreviver. Nestes trechos, portanto, observa uma ideia voltada mais para o pensamento de Gramsci em que ideologia é tratada como algo mais neutro, mutável  e não como forma de alienação ressaltada por Marx.

Autora: Laura Fernandes de Souza.
Matrícula: 99190. 


O ódio aos meios de comunicação


Junto do seu surgimento, a televisão trouxe consigo um sentimento de deslumbramento ao público. Tudo aquilo que era dito por aquela caixa preta era inquestionável, afinal, aquela tecnologia era de outro mundo, era impossível que algo dito por ela fosse mentira.

O tempo foi passando e a televisão foi se tornando cada vez mais corriqueira na vida cotidiana, o sentimento de deslumbramento não durou muito. Ela tornou-se comum e, logo, banal. Já não era mais tão inquestionável assim. Quais eram as reais intenções por trás daquela tela?

E quanto mais se questiona sobre a TV, mais revoltado torna-se o público. Eles se sentem manipulados, traídos ao perceberem que depositaram, por tanto tempo, sua confiança em um meio de comunicação cheio de interesses pessoais.

Segundo a Teoria Marxista, existem dois grandes pilares que formam a sociedade. A televisão, assim como toda a comunicação, encaixa-se no de superestrutura. Trata-se de uma forma de controlar a maioria de se tornar contra a minoria.

A cada dia, os olhos do público se abrem mais em relação aos interesses daqueles que comandam a TV. A revolta cresce quando vislumbram, ao invés de um meio de comunicação real e verdadeiro, apenas um local de conflito de elites que buscam mais poder e controle da maioria. Por isso, hoje não é raro vermos casos de repórteres, cinegrafistas e demais funcionários dos meios de comunicação sendo agredidos, principalmente em protestos. A população busca descontar sua raiva pela mídia naqueles que trabalham para ela. Infelizmente, essa é uma forma equivocada e errada de buscar mudanças, afinal, eles não estão atingindo os grandes donos, mas apenas os trabalhadores que, assim como eles, fazem parte da maioria.  




Texto por: Maianna Medeiros
Matrícula: 99188




domingo, 27 de outubro de 2019

A realidade não é objetiva


Um experimento de física quântica sugere que a realidade não é objetiva, o estudo publicado no Portal da Universidade de Cornell, foi realizado por Pesquisadores da Universidade Heriot-Watt, na Escócia, onde eles se basearam na ideia inicial do físico Eugene Wigner, que recebeu o Prêmio Nobel em 1961, mas na época o experimento não pode ser feito por sua parte.

A ideia é observar como duas pessoas podem experimentar diferentes realidades analisando um mesmo objeto e ambas as constatações ainda assim estarem corretas. O experimento ocorreu do seguinte modo:

Ela envolveu quatro observadores: Alice, Amy, Bob e Brian, quatro máquinas sofisticadas em um laboratório. No teste realizado com eles, Alice e Bob recebiam uma mensagem, que nesse caso era um fóton, ou seja, uma partícula quântica da qual a luz é composta. Depois, Alice e Bob enviavam esse fóton a Amy e Brian, ou seja, transmitiam a mensagem a eles, o que surpreendeu os pesquisadores foi que apesar de Alice e Bob terem enviado a mesma informação a Amy e Brian, os dois últimos a interpretaram de maneira diferente.

Simplificando todo esse papo de cientista, o fato (não sei mais se posso chamar de fato depois de tantas dúvidas sobre a realidade) é que o experimento nos sugere que mesmo com diferentes visões tecnicamente, ambas as avaliações feitas pelos cientistas estavam corretas.

A objetividade segundo o dicionário é classificada como:


Logo a objetividade é a representação fiel da realidade e nas notícias isso tem surgido num aspecto mais sucinto e prático, mas para Clóvis de Barros e seu ponto de vista sobre o tema abordado em sala, à objetividade é uma forma de simplificação que poderia prejudicar o fato total, pois quando você objetifica uma notícia, você salienta os pontos "mais interessantes" para você deixando outros de fora. Porém por mais que ele considere isso uma falha, ele admite não tem como você explicar o fato por inteiro. Porque além de ficar chato para o leitor, a objetividade é uma utopia.

Assim sendo os robôs citados no experimento abordado anteriormente (se fossem pessoas) contariam uma história de diferentes formas sobre o mesmo ponto que observaram. É difícil chegar a uma conclusão concreta sobre o tema já que a realidade pode se tornar subjetiva até na física quântica, o fato é que a objetividade nunca será atingida com eficiência, pois cada escrita jornalística vem carregada de visões de mundo diferentes. E deixo até mesmo uma indagação trazida pela pesquisa, se uma realidade não é mais objetiva, como uma escrita há de ser?


Taynara Pena 99205

Transmissão cultural e a mass media

Como visto em sala de aula, é possivel incluir diante das perspectivas de Thompson a respeito da sua obra "Ideologia e Cultura Moderna" a utilização do "mass media" por grandes empresas televisivas.

O desenvolvimento da "mass media" está ligado ao surgimento do capitalismo, é um grande exemplo disso é o futebol ou esportes em geral. A Globo é a maior empresa televisiva do Brasil e com isso buscou obter direitos exclusivos para a exibição dos jogos da Copa do Munda na Rússia em 2018.
Uma só empresa pode ser dona de diversos jornais, de canais de
televisão, de rádio, de produtoras e distribuidoras de discos e de editoras. Não é
gratuitamente que a mídia é chamada de "quarto poder", uma percepção que sempre
esteve presente, conforme o autor demonstra na análise das discussões políticas
sobre a
'mass media'.















A busca pelo grande nível de audiência, levou a empresa a gastar o quanto fosse necessário, já que sabia que o Brasil é definitivamente o país do futebol. Aulas acabam mais, cedo, funcionários encerram o expediente antes do horário regular, tudo isso para ficar grudado na tela da televisão e não perder nenhum passe. Com grandes níveis de audiência, grandes marcas buscam por um espaço de destaque dentro da Globo, a empresa se beneficia com isso de modo a cobrar uma fortuna por segundo para aparecer nas propagandas durante a exibição de uma partida.


Aline Fonseca, 99187







Biliografia da citação: A. F. D. THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995, 427 p. Cadernos de Linguagem e Sociedade, v. 3, n. 1, p. 143, 22 nov. 2010.
recepção de formas simbólicas

Superestrutura e a dominação do corpo de uma mulher

A superestrutura é fruto de estratégias dos grupos dominantes para a consolidação e perpetuação de seu domínio. Trata-se da estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica (Estado, Religião, Artes, meios de comunicação, etc.)


Segundo (MARX,1993) para essa consolidação e perpetuação da dominação das classes dominantes estes utilizam de estratégias que demandam ora uso da força, ora da ideologia. Um exemplo disso é o aborto, não há índices de que o aborto já foi citado na bíblia, mas mesmo assim, muitos padres buscam alimentar seus fieis e  diz que "vida humana deve ser respeitada e protegida de modo absoluto a partir do momento da concepção". Sendo assim, opõe-se determinadamente contra o uso de métodos contraceptivos e a prática do aborto. Essa forma de dominação da Igreja Católica acima de questões de saúde pública, levou mundialmente as pessoas crucificarem quem pensa ao contrário e a argumentos mais radicais. 

Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo" nesta quinta-feira (10) aponta que 41% dos brasileiros são contrários a qualquer tipo de aborto e que a prática deveria ser totalmente proibida. Mesmo em casos de estupro e deficiência genética do feto. ( Fonte: G1)

Dessa forma, muitas mulheres que não possuem muito acesso a informação,ou tem um atendimento precário e até mesmo sofre violência sexual em casa, recorrem a clinicas clandestinas pois nao possuem condições emocionais nem financeiras para manter mais um filho em sua família, e muita das vezes acabam morrendo pela incapacidade profissional da pessoa que está realizando o procedimento.

Outra forma de dominação da Igreja Católica, é chamado de  "objeção de consciência". O termo é usado quando profissionais alegam questões morais ou religiosas para não trabalhar em um abortamento ou em procedimentos que envolvam métodos contraceptivos, por exemplo.

A população mundial, na minha opinião, deveria refletir que ninguém aborta porque simplesmente está com vontade, mas sim pela incapacidade emocional - ou financeira- de carregar um filho que não deseja. É um ato muito mais empático do que ter esse filho e rejeitá-lo tardiamente, deixando nas ruas ou em orfanatos superlotados. Aborto deveria ser olhado como uma questão de saúde pública, pois todos os dias mulheres pobres estão morrendo em clínicas clandestinas.

Aline Fonseca, 99187

Uma análise do filme "Uma história de Amor e Fúria" sob o paradigma marxista



Uma teoria é uma construção intelectual, o codificação da apresentação de um saber, um modelo é um instrumento que simula uma dada realidade e já um paradigma corresponde a um código, um ponto de vista. Se fôssemos escrever uma equação o paradigma seria igual a teoria mais o modelo que representa aquela realidade estudada. Sendo assim, o paradigma é como se fosse uma lente que se adota para enxergar o mundo.

Falando em paradigmas da comunicação, temos vários. São 7 os paradigmas da comunicação:

1) Paradigma Funcionalista-Pragmático

2) Paradigma Midiológico

3) Paradigma da Matemática-Funcional

4) Paradigma Culturológico

5) Paradigma Conflitual-Dialético

6) Paradigma Conceitual ou Crítico-Radical

7) Paradigma Horizontal-Interacionista



No entanto, o que atentaremos detalhes será o Paradigma Conflitual-Dialético, ou de maneira mais simples, o Paradigma Marxista.

Esse paradigma teve grande influência, como se percebe, de Karl Marx. Nesse paradigma define-se que tudo que é humano é como construção social, que tem uma formação histórica-cultural.

Importante salientar também os conceitos de estruturas nessa concepção. Uma estrutura, é uma organização, uma orientação de algo. Marx discorre que há basicamente a superestrutura e a infraestrutura. O primeiro, é característico do Estado, leis, educação, ideologias, religião. Já o segundo, é a base econômica, é quem domina os meios de produção. Dessa forma, quem domina a economia (infraestrutura) é quem dita a superestrutura. Exemplo: na idade média quem detinha mais riquezas era a nobreza e o clero, dessa forma, os preceitos, a educação e cultura eram essencialmente derivados dessas classes. A educação era bem religiosa e conservadora.

Portanto, as classes dominantes detêm o controle dos meios de produção e há um controle e dominação ideológica.

Perante essa explanação, é muito frequente ver esse paradigma em certos nuances em nossa sociedade. Um filme que lembra muito essa temática é “Uma história de Amor e Fúria”. De produção brasileira e dirigido por Luiz Bolognesi, o filme narra a história de amor entre Janaína (Camila Pitanga) e guerreiro nativo (Selton Mello) que, quando morre, assume a forma de um pássaro. Durante seis séculos, a história do casal sobrevive através desses quatro estágios na história do Brasil.

Um detalhe muito interessante desse filme é a perspectiva adotada para a narração, onde é contada a história pelo lado dos perdedores, diferentemente o que ocorre na história de fato, onde se é mostrada apenas o lado dos vencedores.

Essa lógica foi muito recorrente justamente pela soberania dos vencedores ao longo da história. Muitos deles ditadores, chefes, senhores do engenho, burgueses e entre outros que por terem ganhado, tiveram apenas a sua versão de lutas, emboscadas, guerras estampadas em registros históricos. De maneira análoga, isso se deve de certa forma pela poder dessas personalidades ao logo da histórica, o que nos relembra as relações de poder estabelecidas pelo paradigma marxista: relações assimétricas e simétricas.

Simétrico é tudo o que é igual, por exemplo, a sua imagem no espelho é simétrica, ela reflete exatamente o que você é. Logo, algo que não é simétrico é, dessa forma, assimétrico. Se analisarmos então, as relações do filme da versão dos vencedores das lutas travadas ao longo da história, elas são assimétricas, ou seja, desiguais. Pois, sempre alguém está se sobressaindo (vencedores) em detrimento aos ditos perdedores.

Alice Ruschel Mochko
99178 

Notícias de variedade e o vazio político, o pão e circo do telespectador

Numa análise feita no livro Sobre televisão de Pierre Bourdieu, pode-se discutir a respeito das lutas arbitrada pelo índice de audiência entre as televisões.

O livro é, generalizando, uma disputa de validações entre o jornalismo escrito versus jornalismo televisivo. Quando algo acontece e o jornalismo escrito relata, ele factual só alcançara uma amplitude maior quando for exposto em um telejornal.

Dessa forma, a ascensão da televisão acarretou conflitos entre as emissoras concorrentes que buscam sempre estar a frente, fazendo o o sensacional e espetacular. Uma consequência de querer estar sempre a frente, é se preocupar menos com o que estar sendo propagado e mais em quantas pessoas estão vendo, assim essa concorrência leva as televisões a recorrerem aos "velhos truques" dos jornais sensacionalistas, criando um assunto-ônibus: uma informação sem aspereza.

Esses truques podem ser divididos em três tipos:
1- Notícias esportivas
2- Vida política
3-Catástrofes, acidentes, incêndios

Se prestarmos bem atenção na nossa mídia atual, mesmo o livro estando ultrapassado, isso ainda é deveras recorrente em nosso cenário midiático. Notícias que eram pra agregar conhecimento de valor aos espectadores são interrompidas pelo o que dá um vazio político, despotizando a sociedade. Isso são as notícias de variedade.

Um exemplo fiel a Bourdieu é este vídeo de uma importante figura pública de Portugal sendo entrevistado, e no meio de sua palavra é interrompido pela repórter que noticia um astro do futebol que chegou ao aeroporto. O entrevistado fica claramente desconfortável e irritado com a situação e se retira do set.



Aline Fonseca, 99187

Vida de gado? Não, de inseto.

Os teóricos do funcionalismo enxergam a sociedade como cada parte desta mesma sociedade que possui uma função para manter a estabilidade dela.

Durkheim por exemplo cria o conecito de solidariedade mecânica, ou seja, enxerga a sociedade como um corpo vivo, um organismo cujas partes - cada instituição e cada indivíduo - cumprem papéis determinados e existem em função do todo.  

Observando o filme muito amado pelas crianças da época, Vida de Inseto é um claro exemplo pois é possível encontrar uma vivência harmônica entre todos os membros daquela colônia. A ideia de solidariedade mecânica é vista desde o início do filme, quando Flik personagem principal, derruba toda a oferenda acumulada no verão inteiro para satisfazer às exigências dos gafanhotos. No momento em que os gafanhotos e "donos" da oferenda não conseguem pegar a sua comida, ficam furiosos, ameaçam e obrigam as formigas a passarem o verão todo repondo a colheita perdida.Essa cena representa uma quebra do pensamento coletivo que a sociedade possuía, uma vez que o personagem Flik age afetando toda a colônia, quebrando, portanto, o elo que os unia e os tornava solidários. O ato do Flik é visto, portanto, como ato contra toda a sociedade.

Outro aspecto de uma sociedade mecânica é a divisão de trabalho presente no filme. Temos:
- Princesa Atta, que estava sendo preparada para suceder o trono de rainha. A solidariedade mecânica se apresenta na profissão da princesa, pois este independe de sua vontade, antes de ela nascer, este já estava definido.
- Outras formigas, as tarefas são divididas pelo sexo e idade, e não dependem de uma escolha e de uma vocação para aquilo. Tudo isso é passado de geração em geração.

Aline Fonseca, 99187

Traiu ou não traiu? Eis a questão..

Seguindo o aprendizado visto em aula a respeito da Metáfora do Espelho, onde o jornalista deve tratar a realidade como ela é: nua e crua, porém ele não consegue visto que é motivado por seus valores. Dessa forma, a realidade é interpretada através desses valores e é trasmitida com uma espécie de filtro histórico-social do jornalista.

Assim podemos comparar com o romance de Machado de Assis, Dom Casmurro. Bentinho narra o livro  e enxerga Capitu, após José Dias ter previamente falado com ele, como a menina dos " Olhos de cigana obliqua e dissimulada" e desde então a interpreta de um jeito totalmente pessoal. 

Trecho da obra Dom Casmurro | Machado de Assis


O livro mundialmente famoso leva aos leitores a seguinte pergunta, Capitu traiu ou não Bentinho? A partir do momento que ele é o narrador da história, e a conta do seu ponto de vista, há duvidas a respeito. No romance, Bentinho dá a entender que Capitu trai bentinho com seu melhor amigo, Escobar. 

É estranho pensar, mas é uma prática comum de Machado de Assis escrever um livro começando pelo seu final, como feio em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Porém, não foi exatamente o que o autor fez, penso que Machado escreveu Dom Casmurro pensando em seu final e como as pessoas reagiriam a ele. Assim, determinou um enquadramento produzido e discorrido pelo Bentinho ao longo das páginas. 

Mais uma vez, o autor tem o brilhantismo de mesmo querendo deixar uma pulga atrás da orelha com seus leitores, ele toma todo o cuidado de não deixar marcas textuais na obra, o que leva o leitor a angústia da dúvida. 

Há quem diz que o narrador é duvidoso, que ele possuía problemas mentais e era totalmente fissurado por Capitu, a ponto de enxergar coisas onde não havia nada.No final,temos um personagem que envelhece profundamente arrependido. Que se acredita traído – mas que, no fundo, não tem certeza se não era melhor ter simplesmente deixado a história pra lá.

Portanto, através dessa brilhante obra, podemos enxergar como um diferente enquadramento e como nossos valores atrapalham a forma como evidenciamos uma notícia.

Aline Fonseca, 99187

sábado, 26 de outubro de 2019

A desmoralização da TV




É inegável a influência que a televisão tem em nosso cotidiano, nossas decisões e estilos de vida. Porém, um outro lado é a indústria capitalista que lucra largamente com a audiência de certos programas televisivos.
Na lógica capitalista para com a televisão é muito mais rentável transmissões de entretenimento, sejam fofocas de famosos, reality shows e outras atrações superficiais. Tais programas atraem o público por causa de sua linguagem de fácil compreensão e de pouco esforço mental, são conteúdos ditos prontos para consumo do público. Um exemplo claro é o Big Brother Brasil (BBB), a edição de 2018  que consagrou a acreana Gleici como campeã, teve a maior audiência do reality em sete anos, desde a final de 2011. Em São Paulo, a Globo registrou 33 pontos de audiência no Ibope (1 ponto de audiência equivale a 71.855 domicílios).
Embora, tais atrações geram lucro, uma vez que a audiência é grande. Em seu livro, "Sobre Televisão", Pierre Bourdieu, discorre alguns problemas disso. Alguns deles, é o que a mídia faz ao baixar o direito de entrada em certos campos (filosófico, político, jurídico) uma vez que pequenos produtores culturais pouco tem interesse comercial imediato e assim tem chance reduzida de divulgação de seus trabalhos. Alguns exemplos são programas educacionais e informativos, salvo horário nobre.
Presencia-se portanto, uma desmoralização da TV relativo aos conteúdos, à qualidade dos programas e da própria audiência do público. Esses problemas abrem brechas também para o que chamamos de assunto-ônibus - informações homogeneizadas e sem aspereza. Isso fica claro, por exemplo, no campo jornalístico, com o qual muitos programas de notícias sensacionalistas deslegitimam o jornalismo sério e de qualidade, com apuração correta dos fatos. Outro ponto negativo que ocorre e é bem comum na atualidade é sobre a notoriedade pública. Muitos jornalistas e apresentadores exercem tamanha admiração nos telespectadores que os cegam perante certas coisas. Isso porque, o jornalista tem formação adequada para transmitir a informação de forma mais coerente possível ao público, porém não tem conhecimento amplo e profundo de áreas tão distintas. Contudo, é frequente a credibilidade dada à pessoas que não possuem tanto especialidade em certas áreas assim e isso faz com que se desmereça outros profissionais que são especialistas em devidos campos.

Nome: Alice Ruschel Mochko
Matrícula: 99178

Teoria da evolução

Lamarck um naturalista francês, foi o primeiro a propor uma teoria da evolução. Em 1809 ele a publicou no livro Filosofia Zoológica, e tudo isso era baseado em duas leis fundamentais:


A lei do uso e do desuso, que consistia em defender que os animais ao se adaptarem á um meio desenvolviam algumas partes mais do que as outras. E um exemplo clássico é o das girafas, que através do uso constante da cabeça para comer folhas em galhos mais altos faziam o seu pescoço crescer mais do que o dos outros animais.

Girafa se alimentando de folhas
Foto: reprodução internet
A segunda lei era a da transmissão dos caracteres adquiridos, que como o próprio nome já diz é que os caracteres adquiridos durante a evolução eram passados para os descendentes.

Girafa e filhote
Foto: reprodução internet


Um fato curioso dessa teoria é que ela não foi aceita na época não por uma abordagem um tanto equivocada sobre as características adquiridas, mas pelo fato de falar em evolução, que na época era algo inquestionável.

Logo essa teoria seria aceita no Falsificacionismo, já que para ser uma teoria é preciso ser possível refutá-la. A teoria Lamarckista, logo foi superada pela de Darwin, que se baseou na primeira e progrediu por tentativa e erro como é a ciência. Afirmações ou hipóteses falsificáveis são capazes de gerar estatísticas e chegar á algo mais concreto, ao contrário de teorias irrefutáveis que conduzem a uma verdade absoluta, que seria praticamente impossível.


Taynara Pena 99205

A ética na comunicação está "condenada a ser livre"


Jean Paul Sartre em sua vertente de estudo existencialista, tem uma célebre frase que diz: "O homem está condenado a ser livre, condenado porque ele não criou a si, e ainda assim é livre. Pois tão logo é atirado ao mundo, torna-se responsável por tudo que faz."
Para Sartre então o homem é totalmente responsável por suas ações e decisões e assim carrega consigo a angústia de suas escolhas sem poder culpar ninguém além dele mesmo. No pensamento sartreano, a responsabilidade dos atos do homem é colocada nas mãos dele.
Essa máxima lembra muito o assunto da ética na comunicação. Isso por causa do dilema da objetividade e da imparcialidade no campo jornalístico. Isso é compreensível, uma vez enquanto forem nós mesmo que elaboremos as regras da objetividade e imparcialidade, dificilmente esses dois elementos serão possíveis e alcançáveis.
Esse fato é analisado, pois quem justamente produz as matérias - o jornalista -, não é isento de sua subjetividade e por si só carrega sua bagagem cultural e conhecimento de mundo consigo. Ademais, em seu livro "Ética da Comunicação", Clóvis de Barros conceitua o que chama de falha. Para ele, há um espaço, um vão, uma falha assim dizendo entre o que é (a realidade) e o que é descrito e percebido pelo jornalista. Eis, portanto, a dificuldade em se estabelecer a objetividade, justamente por essa evidência. A objetividade é de certa forma já comprometida com a própria escolha da fonte, modo de abordagem ou até mesmo como a relação é estabelecida com ela.
Assim, parafraseando Sartre com sua alegação que o homem está condenado a ser livre, da mesma forma a ética na comunicação está condenada. Nesse caso, condenada em virtude dos atos e ações de quem a faz, sejam os comunicadores ou jornalistas. A ética na comunicação permeia em um campo paradoxal entre ser objetiva e subjetiva, parcial e imparcial. Há uma linha tênue entre a idealização (como deve ser) e a realidade (como é) da ética na comunicação.

Nome: Alice Ruschel Mochko
Matrícula: 99178

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Infraestrutura nas relações assimétricas



O paradigma Marxista analisa a estrutura socioeconômica, as relações de classe e conflito. Marx acreditava na revolução por parte da classe trabalhadora porque buscava entender a sociedade para então entender a ideia, observando essa sociedade a partir de uma estrutura e suas organizações, onde, no capitalismo por exemplo, uma classe precisava ser explorada para que outra obtivesse lucro. E isso continua acontecendo atualmente por muitos lugares no mundo, apesar de Marx ter acreditado que essa mudança seria inevitável.
É nesse que ponto que entra a ideia de superestrutura e infraestrutura. A primeira, trata-se dos meios de produção e as relações de produção, no capitalismo, por exemplo, o modo como se administra a mais valia, o lucro. Já a infraestrutura, podemos enxergar como um reflexo da superestrutura, já que essa se trata da ideologia dessa sociedade, a filosofia, arte, cultura, religião, família, leis etc.
A superestrutura reproduz para justificar a infraestrutura, e por isso é tão difícil ocorrer uma mudança na sociedade; como os burgueses controlam a infraestrutura, consequentemente suas ideologias são aquelas que predominam, já que o poder daqueles responsáveis pela produção de bens simbólicos está diretamente ligado as ideias disseminadas no social.
Seguindo essa linha de raciocínio, podemos entender a ideia de Thompson ao acreditar que a ideologia é um sistema de dominação e manutenção de relações assimétricas do poder. Um exemplo disso são as famílias donas das grandes redes de televisão no Brasil, uma parcela minúscula da população que mantém em suas mãos o poder de colocar em evidência os fatos que acharem propícios, controlando aquilo que se é ou não divulgado, de acordo com seus próprios interesses. É uma forma clara de controle da comunicação em massa através da televisão e ao mesmo tempo se é passado de forma ‘’discreta’’ um discurso que sustenta essas relações desiguais.


Ana Caroline De Souza, 99211 

Comunicação em massa e transmissão cultural


A tecnologia é indiscutivelmente importante para o mundo, pois foi responsável por muitas das mudanças na história e influenciou a realidade em que vivemos. Rádio, televisão, computadores, celulares, aparelhos que eram e são essenciais para uma maior facilidade na comunicação.
A comunicação de massa e consequentemente a transmissão cultural não é de agora, mas desde o surgimento das primeiras formas que os primitivos encontraram de se comunicar. O que se pode afirmar é que essa troca de informações é muito mais rápida e fácil atualmente, com os programas televisivos trazendo notícias ao vivo, e a conexão instantânea com qualquer lugar do mundo que a internet nos permite. Essa troca de ideais, de informações e de crenças diz muito sobre nossa vivência em sociedade, pois nos traz a oportunidade de enxergar a diferença entre os povos e sua cultura, e a importância de se respeitar a realidade mista e diversa em que vivemos. O que se espera é que essa facilidade em ver o mundo e sua amplitude, torne as populações cada vez menos intolerantes e preconceituosas perante aquilo que não se assemelha a seus costumes e crenças.
Um exemplo de como esses meios de comunicação possibilitam um maior compartilhamento de ideias e culturas é o fato de podermos assistir a qualquer competição dos mais variados esportes por todo mundo. Não é incomum encontrarmos torcedores fanáticos não apenas por clubes brasileiros, mas também clubes de fora, já que podem acompanhar os campeonatos de outros países com uma facilidade imensa. E não apenas no esporte, mas na música e no cinema, já que consumimos conteúdo de artistas naturais dos mais diversos países e muitos desses se tornam grande ídolos em nossas vidas, ainda que nunca tenhamos de fato conseguido qualquer contato além dos meios de comunicação midiáticos com essas pessoas. 



Ana Caroline De Souza, 99211

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Sereias, um encanto que quebra as barreiras da realidade


(O filme Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides, assim como diversas
outras obras cinematográficas, retrata a figura da sereia)



Na Mitologia Grega, sereias são seres metade mulher e metade peixe (ou pássaro, segundo alguns escritores antigos) capazes de atrair e encantar qualquer um que ouvisse o seu canto. Há muitos mitos que explicam sua “existência”, alguns dizem que elas seriam mulheres que ofenderam a Deusa Afrodite (deusa da beleza e do amor) e como castigo foram viver em um ilha isolada. Já outros contam que elas eram ex-companheiras de Perséfone, filha de Zeus e Deméter, que foi raptada por Hades, Deus do Submundo. Assim, as sereias devem sua aparência a Deméter, que as castigou por terem sido negligentes ao cuidarem de sua filha. Mas em uma característica todos os mitos concordam: os marinheiros que eram atraídos pelo seu canto sedutor e se aproximavam o bastante para ouvir seu belíssimo som, descuidavam-se e naufragavam.

Atualmente, essas figuras fazem parte não apenas da mitologia grega, mas da cultura universal, retratando a personificação de aspectos do mar ou os perigos que ele representa. Entretanto, há aqueles que defendem com unhas e dentes a existência desses seres, jurando já tê-las vistos e procurando na ciência teorias que possam comprovar sua presença em nossa realidade.

Uma dessas teorias é a Hipótese do Macaco Aquático, que, embora tenha sido abandonada pela maioria dos cientistas ao longo dos anos, continuou sendo estudada por pelo menos três estudiosos: Max Westenhofer, Sir Alister Hardy e Elaine Morgan. Essa ideia supõe que ancestrais mais ou menos próximos dos humanos teriam adotado, em um certo período, um estilo de vida semiaquático, movidos pela necessidade de buscar alimento e segurança. Essa mudança de ambiente teria influenciado a evolução e criado uma subespécie anfíbia, enquanto nós continuávamos a nos desenvolver em ambiente terrestre.

A teoria ainda apresenta explicações, como o fato de sermos os únicos primatas que não tem o corpo coberto por pelos, nossa capacidade de controlar a respiração, nossas reservas de gordura, entre outras. E apesar de serem questionadas e refutadas por detratores, as pesquisas aumentam em relação à existência de seres aquáticos com uma linguagem tão complexa quanto a do ser humano.

Mas nessa luta de verdade e mito, quem tem a razão? Há quem diga que pensar em sereias na vida real é viver em um mundo de imaginação. Mas também há quem diga que negar a possível existência desses seres em nosso planeta é ser egoísta ao ponto de cogitar que somos os únicos capazes de passar por um processo de evolução. A verdade, ao meu ver, é que não existem certos ou errados.

Vivemos em um planeta que tem 71% de sua superfície coberta por água; pesquisas apontam que 94% de todas as formas de vida são aquáticas e deste número, 90% residem na “zona abissal” (região profunda do oceano, variando entre 2.000 e 6.000 metros); mas, apesar disso, estima-se que apenas cerca de 5% dos oceanos do mundo já foram explorados. Conhecemos melhor o espaço do que nossos próprios oceanos. E ainda não temos capacidade para mudar isso.

Dessa forma, seria inviável dizer que é impossível a vida de uma forma de inteligência humanoide e aquática. Mas também seria errado dizer que sereias são uma espécie, já que elas não se encaixariam no Critério de Falseabilidade. Este diz que uma teoria só pode ser considerada científica quando é possível prová-la falsa, ou seja, quando pode ser submetida a testes que a refutem. Até o presente momento somos incapazes de realizar testes que dizem respeito a sereias, assim como somos incapazes de procurá-las por todos os oceanos.

Portanto, pelo olhar do falsificacionismo defendido por Popper não seria possível dizer com convicção se sereias são ou não reais. Tudo que sabemos é que elas continuarão sendo sempre seres extremamente marcantes em nosso imaginário e cultura, por mais que façam ou não parte de nossa realidade.


Texto por: Maianna Medeiros
Matrícula: 99188

Seria o carnaval uma transmissão ligada à cultura ou economia dentro da TV?


Aposto que somente o título desse texto já lhe chamou a atenção! E é exatamente sobre isso que iremos discorrer! Seria o carnaval, como um evento anual, um compartilhamento da cultura de massa? Ou seria uma forma econômica da televisão lucrar com algo tão comemorado e conhecido por unir um grande público?

A resposta segundo John B. Thompson em sua obra “Ideologia e Cultura Moderna” , é: os dois. Isso porque ao mesmo tempo que o carnaval é responsável por ser um evento de proporções globais reconhecido pelo mundo, ele também é uma forma que a televisão achou de expor um assunto que interesse a uma maioria e possa gerar retorno financeiro.

Uma frase dita por Thompson que analisa esse aspecto de tratar a cultura como uma forma de globalização e a expandir/acrescentar valor é a seguinte:

"Mesmo as formas de entretenimento que existem por muitos séculos, tais como a música popular e a competição esportiva, estão hoje entrelaçadas com os meios de comunicação de massa. Música popular, esportes e outras atividades são em grande parte mantidas pelas indústrias da mídia, que estão envolvidas não apenas na transmissão e apoio financeiro de formas culturais preexistentes, mas também na transformação ativa dessas formas." (1995, p. 219)

Com isso, Thompson deixa bem claro que para se firmar no meio midiático, um evento, por exemplo, como ele cita no livro, a Fórmula 1, deve sofrer modificações leves ao longo do tempo para se adaptar ao público e avanços midiáticos/culturais, isso explica por exemplo porque o carnaval durante o tempo foi alterando sua forma de aparição nos canais de televisão. Tudo está ligado a transmissão de cultura em uma maneira que priorize o lucro e ao mesmo tempo a ativação do conteúdo quanto à épocas e fases.

Na primeira foto, o carnaval na televisão em 1990. Na segunda, o carnaval na televisão em 2019

É bem visível o quanto mudou a estrutura do evento na televisão, e isso aconteceu devido a diversos fatores, como o avanço da TV digital, da cultura dos povos, e entre outros motivos, que juntos contribuíram para a não estagnação das transmissões televisivas.



Isabelle de Oliveira
Matrícula: 99200

Vamos transmitir sim! Mas de um jeito que nos favoreça

No seu livro Sobre Televisão, Pierre Bourdieu diz que a televisão, com a intenção de se conseguir mais audiência, expõe as esferas de produção tanto cultural quanto política a um grande perigo.

Percebe-se que há muitos programas sensacionalistas (aqueles com conteúdos que visam chamar a atenção do telespectador), telejornais onde o foco sempre é em esportes, tragédias e política. Por que isso? Porque são esses assuntos que dão audiência, e é nisso que os produtores estão interessados.

Praticamente todo canal tende a algum lado político, então, alguns acontecimentos que são contrários ao que eles defendem, não tem vantagem serem mostrados na sua emissora. Mas, às vezes, quando o assunto é de conhecimento público, não tem como a emissora não transmitir nada sobre. Então, a emissora transmite, mas de uma forma que favorece o que eles defendem. Um exemplo claro disso é quando alguns canais de televisão falam sobre manifestações, mostrando apenas pequenos grupos de pessoas participando, como se fosse apenas uma "bagunça", quando na verdade, era um protesto de tamanha grandiosidade, mas, por não ser favorável ao lado deles, eles transmitem o ocorrido de um jeito manipulado.

Por: Beatriz Fonseca 
Matrícula: 99207

A lógica é falsificável?



“Eu acredito no Cristianismo como acredito que o sol nasce todo dia. Não apenas porque o vejo, mas porque através dele eu vejo tudo ao meu redor.” – C S Lewis

Você acredita na Lógica?  Você pode prova-la? E conseguiria sem usar argumentos lógicos?

Vamos por partes. É impossível provar que a Lógica exista ou não de fato na realidade. A lógica é um conceito que usamos para descrever o mundo ao nosso redor. A lógica não é “falsificável”. Você não pode provar sua não-existencia. Então das duas uma, ou algo não precisa ser falsificável para ser cientifico, ou ser cientifico não é tudo.

Acho que o mesmo poderia ser aplicado a existência de Deus, ou a Sua pessoa.

A lógica funciona como a luz do sol. A fé também.


Kedma Julia 99174

Amar Maven versus Odiar Maven

O sistema filosófico da escritora russo-americana Ayn Rand, objetivismo, é, praticamente, fornecer todas as possíveis informações sobre um determinado fato, tornando para muitos, algo impossível.

É o que acontece com o personagem Maven. A autora fornece as informações sobre ele, deixando para o leitor formar a sua opinião sobre o mesmo.

*** CONTÉM SPOILER***
Os leitores do livro A Rainha Vermelha, de Victoria Aveyard, são formados basicamente por dois grupos: aqueles que gostam de Maven (personagem do livro) e aqueles que não gostam.

Após vários acontecimentos (muita informação para contar aqui) Mare Barrow vai morar no castelo, onde se ver no triângulo amoroso entre os príncipes Cal (futuro Rei) e Maven (irmão mais novo de Cal). No desenrolar da história, Maven vai se mostrando um ótimo amigo, até que Mare se apaixona por ele. Fatos como: Maven sentir-se como a sombra do irmão (já que não é o príncipe que se tornará rei), ser manipulado pela mãe, entre outros, são fatos que fazem o leitor se apegar com o personagem. Ao final do livro, Maven mostra quem realmente é: um vilão. Ele, a todo momento, esteve usando Mare para se tornar rei.

Nos livros seguintes, mostra Maven como vilão. Os leitores ficam divididos, pois, mesmo sendo um personagem do mal, ele é uma vítima.
A partir desses dois lados mostrados, cabe a cada leitor, com base nos seus conceitos e seus conhecimentos culturais, julgar o personagem; escolher gostar dele ou não.

Por: Beatriz Fonseca 
Matrícula: 99207

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Formigas no palco


Na apresentação do meu seminário sobre Sociedade do Cansaço, chegamos no final com um discussão sobre o sentido da existência. O caminho foi longo e interessante. Nos sentimos cansados pelo excesso de produtividade e de positividade e nos perdemos em quem nós mesmo somos na anseia da descoberta. Não sabemos quem somos, procuramos descontroladamente sem alcançar resultado e não somos satisfeitos em nada nem ninguém. Não há como descansar desse labor, por que ele é eterno e imparável. O trabalho já nos atravessa fora do horário comercial. Como uma enchente que vem de manhã.
Já dizia o que primeiro atravessou essa mesma estrada: “Aquele que quiser ganhar a sua vida a perderá e quem por Amor a perder, acha-la-a”
“Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Meu fardo é leve.”
Doces palavras que me chamam de um mundo de preocupação.
O que aconteceria se eu realmente pudesse aproveitar o mundo criado? O cenário composto desde antes da eternidade para esse momento? Ele governa o cenário, traz formigas ao palco, venta sobre ele, baila cada folha em sua dança silenciosa e invisível pra nós, os que correm sem ver.
Esse mundo cansado mais parece um deserto.  
Carrego o fardo de andar sem sentido
Sem nunca saber nem rumo ou destino

Eu sei que é possivel vivermos sozinhos
Cercados de gente e de conhecidos
Perdido nas rotas de nossas rotinas
Sem nunca sabermos nem rumo ou destino

(trecho da musica Deserto, dos Arrais)

E então, é necessário oásis.
Contigo o deserto floresce
Contigo a manhã amanhece
Contigo a tristeza se esquece de entristecer
Teu sopro é que move as areias
Teus olhos acedem candeias
Teus dedos desfazem as teias que querem prender
A fonte exaurida renasce

Contigo a mesa é posta
Contigo a festa se alonga
Contigo a casa vazia se enche outra vez
Teu peito é quem dita o compasso
O oásis da vida é o abraço
A tudo que encontra o regaço do teu bem querer
Do teu bem querer
Do teu bem querer

(trecho da musica Oásis, dos Arrais)

Eu quero a beleza simples de uma vida que se parece viva. Da existência com sentido Eterno. Com glória espelhada. Com brilho de origens above the heavens. Que se manifesta nas simplicidades. A vida pode transbordar graça acima do valor do trabalho, se vier de um motivo melhor pra trabalhar ou se mover ou existir (pois Nele nos movemos e existimos)

Tudo foi criado pro Sentido.

Kedma Julia 99174

''Sou uma psicopata em pele de cordeiro ou sou você''



Não há como negar que a televisão, há um bom tempo, exerce influência sobre a vida das pessoas e a sociedade em geral, tanto no âmbito econômico, quanto cultural. Uma prova viva da influência que a mídia pode exercer é o caso de Amanda Knox. Em 2007, Meredith Kercher foi encontrada morta na casa que dividia com Amanda na Itália. Depois de alguma investigação por parte da polícia, Amanda e seu namorado Rafaelle foram tomados como suspeitos do assassinato. Outros suspeitos surgiram durante as investigações, mas nenhum fora tanto assunto da mídia como Knox. O caso chamou a atenção da imprensa e atraiu um enorme público devido a fatos da vida pessoal de Amanda que foram divulgados. Ela era uma jovem que levava a vida por alguns vista como ‘’louca’’, admitindo que se divertia usando maconha e fazendo sexo, e sua suposta perversão sexual a tornara o foco da mídia. Milhares de manchetes sensacionalistas a respeito do caso foram feitas, as mais inimagináveis teorias foram criadas e divulgadas sem o menor pudor. Amanda era, inclusive, retratada nas notícias como ‘’Foxy Knoxy’’, trazendo uma conotação sexual para o seu nome, como se sua vida sexual fosse motivo para ser linchada e acusada publicamente.

O foco aqui não é analisar a vida pessoal e as atitudes de Amanda, e muito menos se ela e o namorado foram ou não os responsáveis pelo crime, mas a forma como a pressão da mídia e consequentemente da população, foram responsáveis pelo rumo que teve a vida dessas duas pessoas. A mídia sensacionalista foi responsável por criar todo um enredo extremamente machista e criar no público um desespero por punição que não deu a Amanda nenhum direito básico de defesa. No documentário produzido pela Netflix sobre o caso, podemos ver o depoimento de um dos principais jornalistas na cobertura do caso, que deixa claro que seu intuito sempre fora conseguir mais e mais número e consequentemente ser reconhecido por seu ‘’trabalho’’. As palavras desse jornalista fazem jus ao que pensa parte dos profissionais da área, mais interessados em dar um ‘’furo’’, do que de fato apurar uma notícia e repassá-la de forma correta, mais interessado em oferecer um entretenimento do que uma informação clara, não importa quantas vidas sejam necessárias condenar.
Entre idas e vindas de julgamentos, Amanda e Rafaelle foram duas vezes condenados, passaram anos presos, e em 2014, em um julgamento final, foram absolvidos da culpa pelo assassinato por falta de provas. As novas investigações mostraram que não havia provas relevantes o suficiente para condená-los, e que isso só havia ocorrido anteriormente pela pressão que a atenção dos meios de comunicação sobre o caso desencadeou.


Ana Caroline De Souza, 99211

contestando



O filósofo austríaco Karl Popper criou, na década de 30, o conceito de falsificacionismo. Seu princípio é o de que toda a hipótese deve ser testada de forma a tentar fazer com que ela seja falsa, errônea, livrando-se assim da indução de verdades.

Essa corrente é muito utilizada até hoje, principalmente no ramo do direito. Advogados, ao analisarem casos por meio do falsificacionismo podem encontrar injustiças com mais facilidade. Além disso, as situações consideradas inicialmente como justas podem ser corrigidas se analisadas nesse modelo.

A série mundialmente famosa How To Get Away With a Murder, que conta a história de alunos do curso de Direito que estagiam para a sua professora, uma advogada de defesa. A cada episódio há um novo caso a ser resolvido, para isso, a professora pede que cada um de seus estagiários crie uma forma de solucioná-lo. Quando o aluno apresenta sua proposta, a advogada utiliza do princípio do falsificacionismo, apontando todos os fatos que podem ser refutados e que atrapalharão o caso.


Ao assistir a série, pode-se perceber que todas a professora consegue encontrar erros em todas as induções feitas pelos alunos, ou seja, leva-nos o crer que o modelo criado por Popper para que haja a verificação de uma informação é bastante efetivo.


Maria Eduarda - 99199

Audiência manda, ganha quem obedece!

Jornalista filmando acidente | Sangue, câmera, ação

Em uma breve análise sobre o livro “Sobre Televisão” de Pierre Bordieu, podemos focar em um aspecto muito recorrente: a audiência, ela é a central de todo o sistema que trabalha para estabelecer as programações televisivas, seja em totalidade, ou seja no jornal em sua especificidade (outro assunto que Bordieu traz em seu livro entendendo que essa é essencial pro telejornalismo, visto que é impossível resumir um telejornal a apenas uma perspectiva). 

A verdade é que a audiência comanda tudo que será transmitido, o que as pessoas querem assistir é que o rege todo material que os jornalistas deverão buscar para disseminar ao público. E isso não é tão variável quanto parece ao se tratar de telejornais, esse conteúdo que desperta a atenção e curiosidade dos telespectadores se resume em três grandes vertentes: esportes, política e catástrofes. Embora possa variar um pouco o grau de interesse do público nos assuntos anteriormente citados, eles compõem a maioria da programação de um telejornal, pois sabem que dessa forma conseguirão atrair o público e aumentar seu índice de audiência.

Trazendo isso em um exemplo, a série da Netflix “Sangue, câmera, ação”, expõe muito bem essa perspectiva de audiência. Em uma narrativa sobre jornalistas em busca de boas matérias (baseadas em catástrofes, acidentes e destruições), a série mostra como é importante a busca do interesse do público para assim, ganhar a vida, ou seja, conseguir remuneração para viver dependente desses resultados.

Série da Netflix "Sangue, câmera, ação"
Em uma fala de um jornalista da série ele diz: “Quando vocês vêm as notícias, eu vejo dinheiro”, nessa fala fica explícita a relação do jornalista com a questão da audiência e o quanto essa sustenta sua profissão. Nesse âmbito também entra a questão do furo, da informação exclusiva e reputação dos jornalistas, tudo isso compõe uma grande teia que determina a audiência de um telejornal, contudo, também do sucesso financeiro dos jornalistas.



Isabelle de Oliveira
Matrícula: 99200