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domingo, 27 de outubro de 2019

Uma análise do filme "Uma história de Amor e Fúria" sob o paradigma marxista



Uma teoria é uma construção intelectual, o codificação da apresentação de um saber, um modelo é um instrumento que simula uma dada realidade e já um paradigma corresponde a um código, um ponto de vista. Se fôssemos escrever uma equação o paradigma seria igual a teoria mais o modelo que representa aquela realidade estudada. Sendo assim, o paradigma é como se fosse uma lente que se adota para enxergar o mundo.

Falando em paradigmas da comunicação, temos vários. São 7 os paradigmas da comunicação:

1) Paradigma Funcionalista-Pragmático

2) Paradigma Midiológico

3) Paradigma da Matemática-Funcional

4) Paradigma Culturológico

5) Paradigma Conflitual-Dialético

6) Paradigma Conceitual ou Crítico-Radical

7) Paradigma Horizontal-Interacionista



No entanto, o que atentaremos detalhes será o Paradigma Conflitual-Dialético, ou de maneira mais simples, o Paradigma Marxista.

Esse paradigma teve grande influência, como se percebe, de Karl Marx. Nesse paradigma define-se que tudo que é humano é como construção social, que tem uma formação histórica-cultural.

Importante salientar também os conceitos de estruturas nessa concepção. Uma estrutura, é uma organização, uma orientação de algo. Marx discorre que há basicamente a superestrutura e a infraestrutura. O primeiro, é característico do Estado, leis, educação, ideologias, religião. Já o segundo, é a base econômica, é quem domina os meios de produção. Dessa forma, quem domina a economia (infraestrutura) é quem dita a superestrutura. Exemplo: na idade média quem detinha mais riquezas era a nobreza e o clero, dessa forma, os preceitos, a educação e cultura eram essencialmente derivados dessas classes. A educação era bem religiosa e conservadora.

Portanto, as classes dominantes detêm o controle dos meios de produção e há um controle e dominação ideológica.

Perante essa explanação, é muito frequente ver esse paradigma em certos nuances em nossa sociedade. Um filme que lembra muito essa temática é “Uma história de Amor e Fúria”. De produção brasileira e dirigido por Luiz Bolognesi, o filme narra a história de amor entre Janaína (Camila Pitanga) e guerreiro nativo (Selton Mello) que, quando morre, assume a forma de um pássaro. Durante seis séculos, a história do casal sobrevive através desses quatro estágios na história do Brasil.

Um detalhe muito interessante desse filme é a perspectiva adotada para a narração, onde é contada a história pelo lado dos perdedores, diferentemente o que ocorre na história de fato, onde se é mostrada apenas o lado dos vencedores.

Essa lógica foi muito recorrente justamente pela soberania dos vencedores ao longo da história. Muitos deles ditadores, chefes, senhores do engenho, burgueses e entre outros que por terem ganhado, tiveram apenas a sua versão de lutas, emboscadas, guerras estampadas em registros históricos. De maneira análoga, isso se deve de certa forma pela poder dessas personalidades ao logo da histórica, o que nos relembra as relações de poder estabelecidas pelo paradigma marxista: relações assimétricas e simétricas.

Simétrico é tudo o que é igual, por exemplo, a sua imagem no espelho é simétrica, ela reflete exatamente o que você é. Logo, algo que não é simétrico é, dessa forma, assimétrico. Se analisarmos então, as relações do filme da versão dos vencedores das lutas travadas ao longo da história, elas são assimétricas, ou seja, desiguais. Pois, sempre alguém está se sobressaindo (vencedores) em detrimento aos ditos perdedores.

Alice Ruschel Mochko
99178 

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