O Jornal de Filosofia da Comunicação é um espaço de produção de conhecimento crítico e filosófico de estudantes do Curso de Comunicação da Universidade Federal de Viçosa. As postagens - notícias, colunas, opiniões e resenhas - são produções inspiradas nas aulas de Filosofia da Comunicação (EDU 124. Os textos e imagens são de responsabilidade dos autores estudantes e não são compartilhadas pela universidade ou pelo corpo docente. Coordenador : Prof. Dr. Arthur Meucci (DPE/UFV)
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sábado, 26 de outubro de 2019
A ética na comunicação está "condenada a ser livre"
Jean Paul Sartre em sua vertente de estudo existencialista, tem uma célebre frase que diz: "O homem está condenado a ser livre, condenado porque ele não criou a si, e ainda assim é livre. Pois tão logo é atirado ao mundo, torna-se responsável por tudo que faz."
Para Sartre então o homem é totalmente responsável por suas ações e decisões e assim carrega consigo a angústia de suas escolhas sem poder culpar ninguém além dele mesmo. No pensamento sartreano, a responsabilidade dos atos do homem é colocada nas mãos dele.
Essa máxima lembra muito o assunto da ética na comunicação. Isso por causa do dilema da objetividade e da imparcialidade no campo jornalístico. Isso é compreensível, uma vez enquanto forem nós mesmo que elaboremos as regras da objetividade e imparcialidade, dificilmente esses dois elementos serão possíveis e alcançáveis.
Esse fato é analisado, pois quem justamente produz as matérias - o jornalista -, não é isento de sua subjetividade e por si só carrega sua bagagem cultural e conhecimento de mundo consigo. Ademais, em seu livro "Ética da Comunicação", Clóvis de Barros conceitua o que chama de falha. Para ele, há um espaço, um vão, uma falha assim dizendo entre o que é (a realidade) e o que é descrito e percebido pelo jornalista. Eis, portanto, a dificuldade em se estabelecer a objetividade, justamente por essa evidência. A objetividade é de certa forma já comprometida com a própria escolha da fonte, modo de abordagem ou até mesmo como a relação é estabelecida com ela.
Assim, parafraseando Sartre com sua alegação que o homem está condenado a ser livre, da mesma forma a ética na comunicação está condenada. Nesse caso, condenada em virtude dos atos e ações de quem a faz, sejam os comunicadores ou jornalistas. A ética na comunicação permeia em um campo paradoxal entre ser objetiva e subjetiva, parcial e imparcial. Há uma linha tênue entre a idealização (como deve ser) e a realidade (como é) da ética na comunicação.
Nome: Alice Ruschel Mochko
Matrícula: 99178
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