Na apresentação do meu seminário sobre Sociedade do Cansaço,
chegamos no final com um discussão sobre o sentido da existência. O caminho foi
longo e interessante. Nos sentimos cansados pelo excesso de produtividade e de
positividade e nos perdemos em quem nós mesmo somos na anseia da descoberta. Não
sabemos quem somos, procuramos descontroladamente sem alcançar resultado e não somos
satisfeitos em nada nem ninguém. Não há como descansar desse labor, por que ele
é eterno e imparável. O trabalho já nos atravessa fora do horário comercial. Como
uma enchente que vem de manhã.
Já dizia o que primeiro atravessou essa mesma estrada: “Aquele
que quiser ganhar a sua vida a perderá e quem por Amor a perder, acha-la-a”
“Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e
eu vos aliviarei. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Meu fardo
é leve.”
Doces palavras que me chamam de um mundo de preocupação.
O que aconteceria se eu realmente pudesse aproveitar o mundo
criado? O cenário composto desde antes da eternidade para esse momento? Ele governa
o cenário, traz formigas ao palco, venta sobre ele, baila cada folha em sua
dança silenciosa e invisível pra nós, os que correm sem ver.
Esse mundo cansado mais parece um deserto.
Carrego o fardo de andar sem sentido
Sem nunca saber nem rumo ou destino
Sem nunca saber nem rumo ou destino
Eu sei que é possivel vivermos sozinhos
Cercados de gente e de conhecidos
Perdido nas rotas de nossas rotinas
Sem nunca sabermos nem rumo ou destino
Cercados de gente e de conhecidos
Perdido nas rotas de nossas rotinas
Sem nunca sabermos nem rumo ou destino
(trecho da musica
Deserto, dos Arrais)
E então, é necessário oásis.
Contigo o deserto floresce
Contigo a manhã amanhece
Contigo a tristeza se esquece de entristecer
Contigo a manhã amanhece
Contigo a tristeza se esquece de entristecer
Teu sopro é que move as areias
Teus olhos acedem candeias
Teus dedos desfazem as teias que querem prender
Teus olhos acedem candeias
Teus dedos desfazem as teias que querem prender
A fonte exaurida renasce
Contigo a mesa é posta
Contigo a festa se alonga
Contigo a casa vazia se enche outra vez
Contigo a festa se alonga
Contigo a casa vazia se enche outra vez
Teu peito é quem dita o compasso
O oásis da vida é o abraço
A tudo que encontra o regaço do teu bem querer
Do teu bem querer
Do teu bem querer
(trecho da musica Oásis, dos Arrais)
O oásis da vida é o abraço
A tudo que encontra o regaço do teu bem querer
Do teu bem querer
Do teu bem querer
(trecho da musica Oásis, dos Arrais)
Eu quero a beleza simples de uma vida que se parece viva. Da existência com
sentido Eterno. Com glória espelhada. Com brilho de origens above the heavens. Que
se manifesta nas simplicidades. A vida pode transbordar graça acima do valor do
trabalho, se vier de um motivo melhor pra trabalhar ou se mover ou existir
(pois Nele nos movemos e existimos)
Tudo foi criado pro Sentido.
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