Postagem em destaque

Quem influencia quem?

Isabelle Kruger Braconnot 99173 superestrutura O paradigma marxista sobre infraestrutura e superestrutura já é utilizado a muito tempo. A...

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

''Sou uma psicopata em pele de cordeiro ou sou você''



Não há como negar que a televisão, há um bom tempo, exerce influência sobre a vida das pessoas e a sociedade em geral, tanto no âmbito econômico, quanto cultural. Uma prova viva da influência que a mídia pode exercer é o caso de Amanda Knox. Em 2007, Meredith Kercher foi encontrada morta na casa que dividia com Amanda na Itália. Depois de alguma investigação por parte da polícia, Amanda e seu namorado Rafaelle foram tomados como suspeitos do assassinato. Outros suspeitos surgiram durante as investigações, mas nenhum fora tanto assunto da mídia como Knox. O caso chamou a atenção da imprensa e atraiu um enorme público devido a fatos da vida pessoal de Amanda que foram divulgados. Ela era uma jovem que levava a vida por alguns vista como ‘’louca’’, admitindo que se divertia usando maconha e fazendo sexo, e sua suposta perversão sexual a tornara o foco da mídia. Milhares de manchetes sensacionalistas a respeito do caso foram feitas, as mais inimagináveis teorias foram criadas e divulgadas sem o menor pudor. Amanda era, inclusive, retratada nas notícias como ‘’Foxy Knoxy’’, trazendo uma conotação sexual para o seu nome, como se sua vida sexual fosse motivo para ser linchada e acusada publicamente.

O foco aqui não é analisar a vida pessoal e as atitudes de Amanda, e muito menos se ela e o namorado foram ou não os responsáveis pelo crime, mas a forma como a pressão da mídia e consequentemente da população, foram responsáveis pelo rumo que teve a vida dessas duas pessoas. A mídia sensacionalista foi responsável por criar todo um enredo extremamente machista e criar no público um desespero por punição que não deu a Amanda nenhum direito básico de defesa. No documentário produzido pela Netflix sobre o caso, podemos ver o depoimento de um dos principais jornalistas na cobertura do caso, que deixa claro que seu intuito sempre fora conseguir mais e mais número e consequentemente ser reconhecido por seu ‘’trabalho’’. As palavras desse jornalista fazem jus ao que pensa parte dos profissionais da área, mais interessados em dar um ‘’furo’’, do que de fato apurar uma notícia e repassá-la de forma correta, mais interessado em oferecer um entretenimento do que uma informação clara, não importa quantas vidas sejam necessárias condenar.
Entre idas e vindas de julgamentos, Amanda e Rafaelle foram duas vezes condenados, passaram anos presos, e em 2014, em um julgamento final, foram absolvidos da culpa pelo assassinato por falta de provas. As novas investigações mostraram que não havia provas relevantes o suficiente para condená-los, e que isso só havia ocorrido anteriormente pela pressão que a atenção dos meios de comunicação sobre o caso desencadeou.


Ana Caroline De Souza, 99211

Nenhum comentário:

Postar um comentário