O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema acerca do tema "verdade", onde ele faz uma anologia para com a miopia, fazendo referência à uma falta de nitidez. Ele trata a verdade como profunda, como algo que se requer cuidado, ainda mais no contexto que provém diversas informações. Podemos refletir a responsabilidade daqueles que trabalham com a verdade, como exemplo um jornalista que precisa apurar os fatos. O que será verdade? Segue o poema:
A verdade e as miopiais - Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Laísa Rodrigues de Menezes - 99197
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