O Jornal de Filosofia da Comunicação é um espaço de produção de conhecimento crítico e filosófico de estudantes do Curso de Comunicação da Universidade Federal de Viçosa. As postagens - notícias, colunas, opiniões e resenhas - são produções inspiradas nas aulas de Filosofia da Comunicação (EDU 124. Os textos e imagens são de responsabilidade dos autores estudantes e não são compartilhadas pela universidade ou pelo corpo docente. Coordenador : Prof. Dr. Arthur Meucci (DPE/UFV)
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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
Um recorte sócio-político brasileiro
A história polícia brasileira, comparada à países mais velhos, é recente e complexa. Nos últimos 20 anos, o país foi marcado por 12 anos de um governo do mesmo partido político, o Partido dos Trabalhadores.
A trajetória deste partido foi marcada por escândalos de corrupção, como o mensalão em 2005, e por políticas públicas que olharam para as minorias e classes mais periféricas. Durante esses anos, os cidadãos que não concordavam com o governo sentiram-se reprimidos pelos ideais que divergiam do conservadorismo vigente no Brasil. Sem espaço para expressar seus pensamentos e sem representação política, aqueles que se identificam com outras vertentes, com o passar dos anos, tenderam ao silêncio.
Este silêncio crescente é explicado pela teoria filosófica do espiral do silêncio, pois, ao não encontrar espaço na sociedade para expressar seus pensamentos - ainda que sejam discursos de ódio, os cidadãos calaram-se pelo medo do isolamento opinativo. No contexto político de 2002 a 2014, os ideais no poder criavam um clima de opinião e os conservadores ao perceber que seus ideais violentos não seriam aceitos, silenciaram-se.
Anos depois, em 2018, ocorreram as eleições presidenciais e aqueles mesmo cidadãos que durante anos ficaram silenciados, viram em um líder de opinião, Jair Messias Bolsonaro, um exemplo daquilo que acreditam. E assim, voltaram a expressar suas ideias pois tinham um exemplo que legitimava seus discursos. No novo contexto, aqueles cidadãos que estavam sendo silenciados, puderam manifestar-se e aqueles que antes tinham voz agora tendem ao silêncio.
Laís C. F. Fidélis - 99180
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