O livro escrito por Byung-Chul Han, A Sociedade da Transparência, foi publicado pela primeira vez no ano de 2010, em Berlim. Han apresenta e reflete sobre a Sociedade da Transparência, uma sociedade da informação. Ela diferencia-se dos outros modelos de sociedade anteriormente explicados por Han, pois está privada de qualquer negatividade (Sociedade da Disciplina), marcada por desconfiança (Misstrauen) e da suspeita (Verdatch). O controle aparece por causa do desaparecimento da confiança, mas não de forma violenta.
Heidegger, filósofo alemão, destaca a questão da imagem, o meio pelo qual nos apoderamos de significado produzido por indivíduos. Nos dias atuais, é difícil identificar o real significado, uma vez que as imagens só são representações, se proliferam para além do poder e do domínio e são mais vivas que os próprios criadores: nós.
A sociedade da transparência é caracterizada pela falta de aparência, pois é cheia de máscaras - ela é vazia, uma vez que perde-se no meio dessas imagens e no mundo de aparências. Para tentar preencher esse vazio, uma grande massa de informações é difundida pela mídia. Além da mídia, os próprios indivíduos se responsabilizam pela divulgação de informações, por exemplo quando publica-se uma informação em um espaço público online, como o Whatsapp. O indivíduo expõe a informação e tal informação põe a linguagem dela, o falar dela.
No cenário conturbado que levou a propagação de Fake News, as circunstâncias foram consequência desse fato. Cidadão compartilharam informações que eram compatíveis com sua linha política, expondo seu falar. Entretanto, não confirmavam a veracidade das notícias, o vazio do mundo das aparências não foi preenchido e criou-se a problemática das notícias falsas no meio online. Isso porque a massa de informações não gera verdade; a hiperinformação e hipercomunicação não clarificam (luz) à gente.
O conceito de verdade é relativo, pode-se considerar verdade aquilo é moral para a sociedade da época. Na problemática das fake news, a verdade está ligada diretamente a aquilo que queremos acreditar e validar, independente do modo. Por mais que as notícias vinculadas ao pensamento sejam falsas, elas legitimam o ideal daquele que as expôs, tornando-se verdade para estes. Com a difusão da informação, a notícia torna-se verdade para outros também, causando um verdadeiro caos.
Laís C. F. Fidélis
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