A Espiral do silêncio é uma
teoria de comunicação de Elisabeth Noelle-Neumann. Neste modelo de opinião
pública, a ideia central é que os indivíduos omitem sua opinião quando
conflitantes com a opinião dominante devido ao medo do isolamento, da crítica,
ou da zombaria. Os agentes sociais analisam o ambiente ao seu redor, e ao
identificar que pertencem à minoria, preferem se resguardar para evitar
impasses. Esse comportamento gera uma tendência progressiva ao silêncio
denominado espiral, visto que ao não expôr essa ideia, o indivíduo
automaticamente compactua com a maioria, assim, outras pessoas que compartilham
dessa opinião também não a verbalizam. Quanto menor o grupo que assume
abertamente a opinião divergente, maior o ônus social em expressá-la.
Através da análise da ascensão
de grupos de extrema-direita na Europa e no Estados Unidos por Castells, notei
que os seguidores dessas ideologias reclamavam de estarem vivendo uma espiral
do silencio – sem eles terem conhecimento da teoria. Para ele longos períodos
de governos progressistas e cosmopolitas faziam com que eles ficassem acuados
de exibir suas opiniões retrógradas e preconceituosas. Porque os grupos
progressistas e libertários defendiam as minorias de gênero, cor e imigrantes;
e os políticos do governo seguiam essa mesma postura. Então eles reclamavam de
serem silenciados, por ao exibirem suas posições serem atacados pela sociedade,
não só no âmbito popular, como também pelo âmbito legal, com leis que segundo
eles ferem sua liberdade de expressão.
Com o tempo esses governos
progressistas e cosmopolitas passaram a sofrer reveses de opinião publica e de
crises governamentais. Em meio a essa crise de legitimidade os grupos de
extrema-direita surgiram e levaram suas opiniões a jogo. Essa voz fez com que
as maioria das pessoas que se mantinha silenciada e sentia no dever de votar
nos políticos vigentes para seguir a “conduta” da sociedade no geral, passou a
ter mais voz.
Segundo Lage:
“A ideia central desta teoria
situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus
grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que
o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o
isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola
mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes
sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e
progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio.”
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