Postagem em destaque

Quem influencia quem?

Isabelle Kruger Braconnot 99173 superestrutura O paradigma marxista sobre infraestrutura e superestrutura já é utilizado a muito tempo. A...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Espiral do silencio e a ascensão da extrema-direita


A Espiral do silêncio é uma teoria de comunicação de Elisabeth Noelle-Neumann. Neste modelo de opinião pública, a ideia central é que os indivíduos omitem sua opinião quando conflitantes com a opinião dominante devido ao medo do isolamento, da crítica, ou da zombaria. Os agentes sociais analisam o ambiente ao seu redor, e ao identificar que pertencem à minoria, preferem se resguardar para evitar impasses. Esse comportamento gera uma tendência progressiva ao silêncio denominado espiral, visto que ao não expôr essa ideia, o indivíduo automaticamente compactua com a maioria, assim, outras pessoas que compartilham dessa opinião também não a verbalizam. Quanto menor o grupo que assume abertamente a opinião divergente, maior o ônus social em expressá-la.
Através da análise da ascensão de grupos de extrema-direita na Europa e no Estados Unidos por Castells, notei que os seguidores dessas ideologias reclamavam de estarem vivendo uma espiral do silencio – sem eles terem conhecimento da teoria. Para ele longos períodos de governos progressistas e cosmopolitas faziam com que eles ficassem acuados de exibir suas opiniões retrógradas e preconceituosas. Porque os grupos progressistas e libertários defendiam as minorias de gênero, cor e imigrantes; e os políticos do governo seguiam essa mesma postura. Então eles reclamavam de serem silenciados, por ao exibirem suas posições serem atacados pela sociedade, não só no âmbito popular, como também pelo âmbito legal, com leis que segundo eles ferem sua liberdade de expressão.
Com o tempo esses governos progressistas e cosmopolitas passaram a sofrer reveses de opinião publica e de crises governamentais. Em meio a essa crise de legitimidade os grupos de extrema-direita surgiram e levaram suas opiniões a jogo. Essa voz fez com que as maioria das pessoas que se mantinha silenciada e sentia no dever de votar nos políticos vigentes para seguir a “conduta” da sociedade no geral, passou a ter mais voz.
Segundo Lage:
“A ideia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio.”

João Vitor 99183

Nenhum comentário:

Postar um comentário