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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Linguagem é Poder


                Breno Guimarães-89540

                O economista é a figura mais antipática da sociedade. Ele carrega consigo a ilusão de ser o advogado das três instituições modernas: da ciência, porque é o que a economia é, uma ciência social aplicada – e diferente do que pretendem uns economistas por ai, está longe de ser exata-; do Estado, pois este é um dos agentes centrais de sua análise; e do Mercado, o Deus mercado. Assim, o economista é um pastor, que prega a palavra do mercado como dogmas jogados ao fieis. Ele é a figura técnica numa sociedade cada vez mais tecnocrata.
                Mas é verdade que suas pregações tem efeito sobre a consciência do povo. Basta o mercado querer empurrar uma das reformas nefastas por ai, que a imprensa dominante procura um economista para justifica-la: “mas o momento necessita de uma reforma fiscal”, “a reforma tem que ser feita”. Nestes momentos, mesmo as pessoas mais distantes do conhecimento econômico categórico reproduzem essa linguagem como algo enraizado e natural: “é, não sou a favor disto, mas precisa ser feito porque o Estado está quebrado”. Mas é claro, está na capa dos jornais.
                Mas é claro que não basta ser um economista, mas deve ser um economista que a mídia elenque como representante da verdade – a verdade de classe, claro. Neste movimento, a ideologia dominante se hegemoniza: Dando a voz a linguagem do mercado e silenciando as vozes de qualquer representante de outro projeto.

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