Breno Guimarães-89540
O
economista é a figura mais antipática da sociedade. Ele carrega consigo a
ilusão de ser o advogado das três instituições modernas: da ciência, porque é o
que a economia é, uma ciência social aplicada – e diferente do que pretendem
uns economistas por ai, está longe de ser exata-; do Estado, pois este é um dos
agentes centrais de sua análise; e do Mercado, o Deus mercado. Assim, o
economista é um pastor, que prega a palavra do mercado como dogmas jogados ao
fieis. Ele é a figura técnica numa sociedade cada vez mais tecnocrata.
Mas é
verdade que suas pregações tem efeito sobre a consciência do povo. Basta o
mercado querer empurrar uma das reformas nefastas por ai, que a imprensa
dominante procura um economista para justifica-la: “mas o momento necessita de
uma reforma fiscal”, “a reforma tem que ser feita”. Nestes momentos, mesmo as
pessoas mais distantes do conhecimento econômico categórico reproduzem essa
linguagem como algo enraizado e natural: “é, não sou a favor disto, mas precisa
ser feito porque o Estado está quebrado”. Mas é claro, está na capa dos
jornais.
Mas é
claro que não basta ser um economista, mas deve ser um economista que a mídia
elenque como representante da verdade – a verdade de classe, claro. Neste
movimento, a ideologia dominante se hegemoniza: Dando a voz a linguagem do
mercado e silenciando as vozes de qualquer representante de outro projeto.
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