O conceito de liberdade sempre esteve ligado à ideia do livre-arbítrio, ou seja, o poder de decidir sobre o próprio destino, ter sua autonomia . Contudo, por mais que a raiz desta concepção esteja em desejos de dignidade humana, a liberdade é entendida na esfera individual e não coletiva, ou seja: lança-se o olhar para o indivíduo e não mais para o homem inserido na sociedade. Com isso, ao invés de liberdade, no singular, passamos a ter liberdades no plural, pois cada indivíduo tem o seu direito a expressá-la.
A liberdade se desdobra em diversos tipos: pensamento, opinião, política, religião etc. Todas essas vadiações tentam
localizar nossas possíveis experiências de autonomia e de não dependência.
Hoje,
a busca pela liberdade é um caminho para a felicidade, mesmo que fugaz e
temporária. "Há uma ideia de que ser livre é poder agir para desfrutar de
um prazer imediato. Isso se traduz no aparecimento de relações menos estáveis,
tanto profissionais quanto pessoais",
concorda que ser livre atualmente também significa poder desfrutar dos
prazeres da vida e do corpo. "Isso era impensável nos primeiros anos do
cristianismo, em que a liberdade estava associada à superação das tentações da
carne e do corpo pecador".
Apesar
disso, a liberdade continua restrita à necessidade de se adequar à vida em
sociedade. "No contexto social, é livre quem exerce sua liberdade até o
limite da liberdade alheia", mensagem do filme – “Os condenados de
Shawshank”. Quem não se importa com os outros só se sentiria mais livre se
estivesse vivendo isolado em uma ilha. "Caso contrário, acabaríamos por
nos privar da liberdade que temos, já que os outros também se sentiriam no
direito de exceder os nossos limites".
Considerando
que toda ação chama uma reação, fazer o que quer sem pensar nas consequências
não torna ninguém mais livre nem garante a conquista da felicidade. Exemplo
claro disso é o desabafo. "Você pode até falar o que quer para o outro,
exercitando a sua liberdade de expressão. Porém, desta maneira, estará se
tornando um prisioneiro da sua emoção descontrolada", conclui a militante,
feminista e mulher negra, Ângela Davis.
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