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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Flusser e a fotografia

Não foi por acaso Flusser escolheu a fotografia como um de seus objetos filosóficos favoritos. A fotografia seria a primeira e a mais simples daquelas que Flusser concebeu como “imagens técnicas”, produzidas por aparatos técnicos de codificação através de um método complexo mais ou menos automático. Para ele, a corrida científica e tecnológica que encaminhou à atual sociedade em rede, globalizada e orientada pelo capitalismo informacional é resultado de uma postura existencial estritamente tecnicista em relação ao mundo. Entender o papel das imagens técnicas, neste contexto, seria fundamental para tentar escapar da sua lógica funcionalista.

Na obra "Filosofia da Caixa Preta - Ensaios para uma futura filosofia da fotografia" o autor fala da urgência em se criar uma filosofia fotográfica, para que o homem possa voltar a comandar o ato de fotografar. Flusser defende que é preciso conhecer por dentro esses aparatos de produção de imagens, se apropriar de suas estruturas e jogar contra eles, usá-los com propósitos contrários ao que determina o programa inicial e projetar modelos de mundo que não aqueles próprios à lógica que os originou. 

Os resultados disso tudo foi o que ele denominou de caixas pretas, ou seja, dispositivos que resultam do saber de programadores, mas cuja utilização permanece um enigma para a massa, como ocorre com o aparelho fotográfico. Seus códigos são pobres, mas elas geram um trabalho gigantesco, inimaginável: se alimentam de toda história e cospem pós-história. A importância do pensamento de Flusser na atualidade tem sido reconhecida por um número cada vez maior de teses, livros, projetos artísticos e eventos acadêmicos.

Iasmim Lamounier
ES99209


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