Primeiramente devemos entender o conceito de opinião. Segundo Cândido de Figueiredo a opinião é um juízo ou sentimento, que se manifesta em um assunto sujeito a deliberação. Ou seja, é um assunto em que todos podemos debater, são nossas opiniões manifestadas em rodas de amigos, por exemplo. Quando juntamos os conceitos opinião e público, temos uma opinião que é do povo, que é geral e comum. Geralmente, esta expressão se refere às opiniões generalizadas sobre política, economia e todos os assuntos de interesse público que se apresentam em uma determinada comunidade.
Opinião pública não é a soma das opiniões do público em geral, muito menos a confluências das mesmas. Não se elabora, no plano coletivo, um consenso, não se forma uma única opinião. O que temos são vários públicos, que dispõem de opiniões e até mesmo informações diferenciadas para o mesmo fato. Estes públicos diversos não chegam em um acordo. O que acontece é que estes tentam disseminar suas opiniões por meio da mídia. É certo que nem todos os grupos ou públicos possuem a mesma visibilidade midiática, mas são aqueles que conseguem tornar pública uma determinada opinião que saem ganhando. É uma espécie de “acordo forjado”. Ou seja, opinião pública nada mais é do que a opinião de um determinado grupo.
Esse conceito é complementado pela hipótese do enquadramento. De acordo com alguns autores, a mídia fornece certos esquemas narrativos, segundo os quais torna-se possível interpretar os acontecimentos. Na verdade, privilegia-se alguns esquemas em detrimentos a outros, ou algumas opiniões em detrimento a outras. O controle sobre a agenda e sobre a visibilidade dos diversos enquadramentos, que alicerça a centralidade dos meios de comunicação.
Devido às influências dos grupos que formam a “opinião pública”, o caráter público deste significa, na verdade, a expressão de uma dominância e não a discussão descompromissada e aberta sobre os temas, objetivando chegar a uma conclusão comum. A opinião pública, desta maneira, volta-se mais a encobrir interesses privados do que a esclarecer.
Iasmim Lamounier
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O Jornal de Filosofia da Comunicação é um espaço de produção de conhecimento crítico e filosófico de estudantes do Curso de Comunicação da Universidade Federal de Viçosa. As postagens - notícias, colunas, opiniões e resenhas - são produções inspiradas nas aulas de Filosofia da Comunicação (EDU 124. Os textos e imagens são de responsabilidade dos autores estudantes e não são compartilhadas pela universidade ou pelo corpo docente. Coordenador : Prof. Dr. Arthur Meucci (DPE/UFV)
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