“Depois do 11 de setembro, a então assessora de segurança
nacional Condoleezza Rice e o vice-presidente chinês cunharam uma nova
expressão: os Estados Unidos estavam agora em “pé de guerra”. Aparentemente era
uma escolha casual de palavras, mas se você pensasse no assunto era também uma
espécie estranha de escolha de
palavras já que os Estados Unidos não estavam de fato em guerra. O que é “pé de
guerra”? Líderes nazistas explicaram depois do incêndio de Reichstag que a
Alemanha que não estava de fato em guerra estaria a partir de então em
permanente kriegsfusz- literalmente, “pé
de guerra”.
A Casa Branca anunciou em 2002 que haviam “células dormentes”
de terroristas espalhados país afora. Uma “célula dormente”, como a imprensa
explicou era um grupo de terroristas que se infiltraram na vida diária
americana esperando talvez durante anos o sinal para agir causar destruição. A
FBI teria localizado uma célula dormente em Lodi, na Califórnia. Depois que o
informante foi pago com centenas de milhares de dólares para espionar os
muçulmanos da cidade, o FBI deteve dois homens. Os dois disseram ter confirmado
a existência de uma célula dormente que na verdade não existia só para
interromper uma sequência de interrogatórios apavorantes. [...]A expressão
célula dormente penetrou profundamente no inconsciente dos Estados Unidos
tornando-se tema de um filme feito para TV.”
É assim que o livro O fim da América apresenta o poder dos
discursos, que nunca são jogados ao acaso.
A palavra tem poder de penetração e tem levado, durante toda a história
do mundo, a certas posições sociais. É assim que se constrói um governo totalitário,
seja ele de qualquer vertente. Com o poder das palavras (e de algum poder
militar).
Kedma Julia 99174
Nenhum comentário:
Postar um comentário