Historicamente, três teorias da verdade assumiram importância na perspectiva da teoria do conhecimento: Primeira, a da verdade como correspondência (ou conformidade, ou adequação); Segunda, a teoria da verdade como coerência (ou não-contradição); e Terceira, a teoria pragmática da verdade (ou utilidade). O fato é que essas três teorias tradicionais (a verdade consiste na correspondência entre proposição e realidade; a verdade é resultado da coerência entre proposições; a natureza da verdade é pragmática) não são antagônicas. Afinal, em todas elas, verdadeiro é aquilo que satisfaz alguma relação de adequação. Isto significa que a teoria da correspondência, apesar de todas as objeções contra ela levantadas, tem se revelado a mais resistente historicamente.
A questão da verdade no Jornalismo não tem sido encarada em termos epistemológicos. Como vimos, é reduzida a compromisso ético do jornalista, e como tal é tratada no código de ética profissional dos jornalistas. O Jornalismo está exposto diariamente a afirmações cuja veracidade em geral sequer pode investigar, notadamente na cobertura política. São exploradas as oposições da verdade no discurso jornalístico que, apesar de adotar como pressuposto a existência de uma ideia de verdade do real que pode ser apreendida e transformada em relato, está sujeita a condicionantes econômicos e políticos que colocam permanentemente em risco esse ideal.
Dessa maneira, a noção de uma verdade que se sustenta por estar relacionada a uma realidade exterior perpassa a formação sóciohistórica do jornalismo. Entretanto, a transformação dos eventos da realidade em relatos jornalísticos é regrada por normas, valores e condicionantes organizacionais internos ao campo13 que definem o que será ou não publicizado.
Iasmim Lamounier
ES99209
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