A obra mais
conhecida de Flusser, que é um filósofo checo, é a Filosofia da Caixa Preta.
Nesta obra ele busca explicar a fotografia. Para isso, é importante pensar que
desde os primórdios os humanos utilizam de imagens para se comunicarem. Anos
mais tarde criaram a escrita, que a partir de símbolos representavam a
realidade. E atualmente temos a imagem técnica, produzidas por aparelhos
tecnológicos. Sendo assim, é notório que sempre buscamos representar aquilo que
vemos seja a partir das imagens, a partir de palavras ou de imagens técnicas.
Porém, o que
Flusser busca problematizar é a ideia da idolatria da imagem, visto que existe
a crença de que as imagens sempre transmitem a verdade, ainda mais atualmente
com as imagens técnicas essa idolatria é ainda mais pertinente. De acordo com
Flusser, o homem não pode ter acesso imediato ao mundo e, desse modo, cria
imagens para representar a realidade, mas, o problema é esta questão da
idolatria das imagens.
“Ao invés de se servir das imagens em função
do mundo, passa a viver em função de imagens”. (FLUSSER, 1983)
No entanto, com
o surgimento das imagens técnicas há uma problemática ainda maior, tendo em
vista que as imagens tradicionais, como as pinturas rupestres antecedem o
texto, mas as imagens técnicas sucedem os textos. Dessa forma, ao observar uma
pintura da realidade e uma fotografia as pessoas tendem a pensar que a fotografia
representa a realidade exatamente como ela é. Já a pintura não tem o mesmo
poder. Sendo assim, fica claro a volta dessa idolatria de imagens, as pessoas
acreditam cada vez mais que se algo foi registrado por uma câmera este registro
representa fielmente a realidade.
Mas Flusser
ressalta que as imagens não podem representar a realidade diante do fato de que
por trás dessa pintura ou fotografia há um pintor, um fotógrafo que pode
manipular essa imagem. Porém o fotógrafo não conhece a câmera completamente. Apesar
de que ele tenta desvendar o aparelho a todo momento, há uma caixa preta por
detrás deste aparelho que carrega conceitos que vão além da compreensão humana.
Nesse sentido, mesmo que o momento
congelado pela câmera não represente todo o contexto, mesmo que não possamos compreender
a caixa preta destes aparelhos somos movidos por eles, estamos dentro deles e
creditamos nossa confiança neles.
Aluna: Laura Fernandes de Souza
Matrícula: 99190


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