A verdade

Verdade

“A porta da verdade estava aberta,

mas só deixava passar

meia pessoa de uma vez.

Assim, não era possível atingir toda a verdade,

 porque a meia pessoa que entrava

só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade

voltava igualmente com meio perfil.

                                                            E os dois meios…”      (Carlos Drummond de Andrade)

Percebe-se nesse poema a constante busca do autor pela verdade, uma verdade que não se permite ser visualizada de uma só por uma plateia, mas por apenas um indivíduo. Mas o pior de tudo é que quem a avista, carrega para fora consigo apenas uma parte dela, a meia verdade, que se mistura com o que a pessoa já trazia como verdade, isto porque ela não se permitiu ser apreendida por completo. Dessa forma, a sociedade é induzida a refletir sobre a verdade a que ela tem acesso. A verdade que os meios expõe, bem como a verdade que cada um produz. Será que ela é absoluta? Ou se mostra através de diferentes perspectivas e formas para cada indivíduo, misturando-se com as experiências deste para se transformar em algo completamente distinto e novo?


Talita Rocha 99201