Apesar de se reduzir cada vez mais o campo da ética, me
arrisco a dizer que somos os únicos seres existentes no universo dotados da
capacidade de escolher, decidir e julgar a maneira a qual devemos viver. A cada
passo que damos surgem milhões de hipóteses de vida cogitada, a cada passo, o
homem escolhe, opta e renuncia a vida que ira viver. Entretanto, em um mundo
com uma complexidade de valores, uma diversidade enorme de grupos e éticas diferentes,
onde cada um é capaz de criar sua própria hierarquia de princípios, normas e
regras, não é de se esperar nada menos que um pouco de caos.
Independentemente dos grandes eventos de civilização, como
a “ Declaração Universal dos Direitos Humanos”, dos inúmeros costumes e valores
que hoje regem a sociedade, acredito que somos seres plenamente capazes de
escolher os nossos próprios critérios de vida e hierarquiza-los conforme a
nossa própria visão de mundo, além de
arcar com as perdas e ganhos que acompanham cada escolha que fazemos. Portanto,
por trás dessa “ liberdade’’ toda há um crescente sentimento de angustia,
acentuada principalmente nos últimos anos, instigada pela constante
incerteza da vida e pela ética que propõe um exercício de escolha permanente.
Sendo assim, é possível afirmar que a ética não é uma solução
pronta e acabada e nem um protocolo simplificador da existência, ela é um conjunto de valores, critérios e princípios
que utilizamos para nossa própria conduta,
critérios esses que devem ser levados em conta o tempo, as circunstancias, o
momento e a ocasião dos fatos.Todavia, se o mundo que hoje temos é resultado das escolhas que fizemos cabe a nos como portadores dessa liberdade suportar a angústia e assumir as responsabilidades de todas as nossas decisões.
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