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Somos a todo momento, desde crianças, acreditem,
bombardeamos com a famigerada pergunta: “O que você quer ser quando crescer?”
E você, na sua ingenuidade fala qualquer coisa esdrúxula, até porque que diabos
eu preciso saber sendo que ainda sou tão jovem e tenho pouco experiência sobre?!
E logo depois, vamos crescendo e a vontade de ter respostas
certeiras e concisas nos assolam cada vez mais. Os primeiros inconvenientes vêm,
geralmente da família:
“- Ah, esse tem cara de médico. Vai ser igual ao pai!”
“- Não, ela será engenheira igual a prima que está em Yale.
Olha, como ela monta esse quebra-cabeça!”
E ai de você se você disser que quer fazer outra coisa
ein...
No ensino médio, a coisa fica mais profunda ainda. A
adolescência é uma fase por si só cheia de dúvidas e incertezas sobre a vida e
outras questões. Ainda mais, que algumas aptidões estão desenvolvidas, mas não
em sua totalidade para lhe dar o caminho certo.
Sempre tem aquele professor no primeiro dia de aula que tem
a ideia de perguntar para cada um a profissão escolhida ou almejada. Um por um,
cada um nas carteiras é indagado:
“- Medicina! Amo ajudar pessoas!”
“-Engenharia!”
“-Direito!”
Eis que a pergunta chega a você, e apreensivo você diz o que
de fato guarda com você. Sua convicção, seu sonho e de certa forma o que quer!
“- Jornalismo”
A sala vai ao silêncio.
Filosoficamnete, o que a cientistas política alemã Elisabeth
Noelle-Neumann classifica como clima de opinião.
O professor fica um pouco desconfortável. Para ele, você que
era o bom aluno na matéria dele e que tirava boas notas, o mínimo que poderia
fazer era seguir a mesma área dele, óbvio.
E os anos vão passando e eis que você chega decisivamente em
seu último ano do ensino médio. E a mesma rodada de perguntas é feita para cada
um dos estudantes.
Você, com medo do que irão pensar, medo do isolamento opinativo
da sala e rapidamente pela pressão imposta pelo seu grupo social (escola), vai
de encontro a maioria e prefere omitir sua opinião e de prontidão quando
indagado, diz sorridente:
“-Engenharia!”
A sala nada diz e o professor feliz continua sua infortuna ação
de perguntar para cada um suas escolhas profissionais.
Nesse exemplo, fica claro a ideia de espiral do silêncio
proposta por Noelle-Neumann. As pessoas se alinham a uma maioria com opinião
dominante por medo de serem excluídas de seu grupo e para evitarem um conflito
em seu meio social. Assim, uma massa não
exprimem sua essência e preferem se calar ao assumir um posicionamento
genuinamente seu que reflete suas características como ser singular e único.
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