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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Arrombou a mídia | Análise da canção pelo viés da Opinião Pública

 Roberta Abreu (99208)


Rita Lee apresentando sua música, "arrombou a mídia", revelando um verdadeiro manifesto


Rita Lee compôs essa música há mais de 15 anos atrás, e, embora o tempo tenha passado, a essência de sua letra ainda é o retrato da sociedade nos dias atuais. “Arrombou a mídia” nada mais é do que uma dura crítica ao poder que a mídia, através dos meios de comunicação, exerce sobre as pessoas, sendo capaz de ditar comportamentos, opiniões e estilos de vida.




“Rádio e TV tem jabá

Novelas ditam quem é Star

Eu também quero ser marketeira
Tem sempre na tela um apresentador
Vendendo a tragédia de algum cantor
A fé corre o risco de fugir da igreja
No canal do bispo, comercial de cerveja”





Quando se fala em jabá, ela quer dizer que os grandes veículos de informação, como o rádio e a televisão, muitas vezes, levam a seus programas e/ou fazem certas propagandas para cantores em troca de suborno. As telenovelas, que fazem parte do cotidiano do brasileiro desde os anos 50, são consideradas entretenimentos diante de quem as consome, além de mostrar quem/o que está em alta, sendo capaz de influenciar comportamentos na vida de quem acredita. Lee fala também das propagandas, que são verdadeiros métodos de persuasão, fomentadoras do consumismo exacerbado. A crítica que ela faz é genial, pois se o dono da emissora não consome e é contra o produto, por que é que ele vai gerenciar propagandas que enaltecem a bebida alcoólica? Simples, pelo dinheiro. Mas quem vê tudo isso que a mídia publica, quando não tem uma sólida opinião e personalidade formadas, toma como verdade absoluta e faz de tudo para seguir os padrões que são impostos.




Esses e muito outros trechos da música reforçam a ideia da Teoria da Agenda Setting, que diz que a mídia quem determina quais assuntos farão parte das conversas dos consumidores de notícias. Ou seja, é ela que pauta o que nós, meros mortais, vamos achar válido discutir e conversar sobre. Assim, vai aos poucos moldando nossas opiniões acerca das mais temáticas, remodela nosso modo de pensar e enxergar o mundo a nossa volta. Essa manipulação, quase imperceptível, norteia as opiniões individuais para o senso comum e assim perdemos força diante de assuntos de importância social, como a política. 




“De meia em meia hora, uma nova pesquisa
Mas como, se ninguém nunca me analisa?
Por sorte meu controle anda tão descontrolado
Eu mudo de canal e ele aperta o desligado..”




Como Rita Lee deixa claro nos versos acima, ela sabe que a comunicação de massa não analisa opinião por opinião nem indivíduo por indivíduo, bem como cada contexto em que cada um está inserido. E se ela está ciente disso, ela também saca que a mídia quer englobar o máximo de pessoas possível em sua manipulação, só que graças às brechas dessa doutrinação, há pessoas que conseguem perceber e escapar dessa armadilha. Diante disso, percebemos então que a opinião pública pode tomar força e redirecionar os rumos que os assuntos agendados pelos meios tomam; a opinião pública pode, também, ser uma grande influenciadora na tomada de decisão de determinados grupos e de determinadas mídias. Para que isso seja exequível, necessita-se de pessoas com autoconhecimento, capazes de se libertar das amarras midiáticas e que busquem opiniões sólidas e embasadas em juízos racionais. 




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