A “caça às bruxas” é como ficou conhecida uma série de
atos punitivos de cunho religioso que ocorreu entre os séculos XV e XVIII por
toda Europa e algumas colônias americanas.
Apesar de, atualmente, ser um assunto que é comentado de
forma muito mais leve do que o necessário e que é matéria prima para milhares
de produtos, como filmes, livros e séries, esse foi um momento fatídico na
história da humanidade, onde pessoas eram julgadas e condenadas sem nenhum
motivo racional.
Quando situações como essas acontecem, começamos a
perceber o quão importante e poderosa é a questão da opinião pública.
De acordo com a teoria histórico-cultural, que surge com
a filosofia contemporânea e Hegel, o homem é um ser sócio-histórico-cultural e
a sociedade é anterior ao homem. Assim sendo, a opinião pública é quem forma as
opiniões individuais e não o contrário. Isso explicaria, por exemplo, o porquê
a ideia de “caça” se espalhou tão rapidamente por toda a sociedade no fim da
idade média.
Ao contrário do discurso antes aceito pela população,
começou a ser propagada a ideia de que as bruxas e curandeiros eram auxiliados
por entidades sobrenaturais e viajavam para reuniões noturnas, nos quais
adoravam o diabo, festejavam e cometiam vários pecados. Até que, no Concílio da
Basileia, foi padronizado o estereótipo das bruxas malévolas e satânicas, que
operavam contra a cristandade.
Observa-se aí o quanto esses atos tinham todas as
características de uma opinião (doxa), e não uma hipotesis, já que
fundamentou-se em falar sobre pessoas que não eram conhecidas com palpites
baseados no senso comum, embasados em crenças e emoções, trabalhando a
reputação de coisas e pessoas e formando pré-conceitos.
Por fim, não era necessário ter muitas características “exóticas”
para ser considerada uma bruxa, bastava que você despertasse a ira de um
vizinho, desconhecido ou poderoso, para que sua vida fosse julgada.
A opinião pública pode ser, então, acusada por milhares de
mortes durante os séculos e, ao contrário do que se pensa, a caça as bruxas
continua viva até os dias atuais. Diversas são as mulheres agredidas e mortas
em países como África e Índia, seja por causa de mentiras, intolerância ou
motivos diversos.
Texto por: Maianna Medeiros
Matrícula: 99188
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