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terça-feira, 27 de agosto de 2019

The Good Place: ética e o mito do paraíso


A série original Netflix The Good Place retrata a vida pós-morte da personagem nada convencional Eleanor Shellstrop e os conflitos morais e éticos enfrentados por alguém que, supostamente, não deveria estar no paraíso. Apesar do enfoque cômico e fictício, The Good Place levanta questões relevantes da existência humana e da filosofia, assim como seus respectivos filósofos.
Durante a primeira temporada, Eleanor (Kristen Bell) entra acidentalmente no paraíso e, para tentar permanecer por lá, pede lições de como ser uma boa pessoa de sua alma gêmea, Chidi Anagonye (William Jackson Harper), um professor de filosofia moral e ética. O confronto entre os valores individuais da personagem principal e os valores sociais impostos para ser uma boa pessoa é constante na narrativa.
Ao deparar-se com o conflito de ser uma pessoa extremamente egoísta e por consequência não pertencer à terra sagrada, Eleanor compreende os conceitos de bondade, ética e moral em uma aula ministrada por Chidi. Conforme a Teoria da Ação, Eleanor conscientiza seus erros passados e começa a deliberar suas futuras ações para, assim, merecer uma pós-morte no “good place”. Nesse contexto, questiona-se a motivação para a bondade humana, afinal, o altruísmo puro existe? O ser humano nasce bom e a sociedade o corrompe? O homem é o lobo do homem?
As respostas para essas perguntas não são obtidas, pois o objetivo é instigar o telespectador a questionar o modelo de vida moderno: a etiqueta exigida em prol do bem-estar social, a ética implícita em cada ação e o sistema no qual estamos inseridos.
A existência humana se concebe por meio de um sistema social; apesar do livre arbítrio individual, escolhas pessoais geram consequências para todo o grupo, bem como são previstas por contextos, como classe, gênero, raça, sexualidade, entre outras divisões sociais. Por conseguinte, a construção e evolução da personagem é visível no momento em que esta começa a enxergar-se como parte de um grupo e zelar para que suas ações sejam boas para todos ou, em outra palavra, éticas. Logo, Eleanor reconstrói seus princípios morais.

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