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terça-feira, 13 de agosto de 2019

A sociedade da (des) moralização

Por: Guilherme de Carvalho Alves
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Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais normal o uso de câmeras e/ou da presença policial em locais como escolas e Universidades. Estas ações implantadas partem do pressuposto de que as pessoas que frequentam tais lugares necessitam de vigilância 24 horas por dia, sendo vistas por órgãos superiores como vândalos que não conseguiriam viver em sociedade sem a presença de olhos monitoradores. 

Com isso, a utilização dessa tática de monitorização (que não é de todo mal) passa a falsa impressão de que, com eles, a sociedade passaria a ser mais moralizadora e ética, já que as ações politicamente incorretas deixariam de acontecer com tanta frequência. 

No entanto, engana-se quem pensa de tal maneira. Através do campo da ética, principalmente no que se refere a 'Teoria da ação' e a capacidade de agir de um ser humano, é possível concluir que a ação de colocar mecanismos de vigilância em todos os lugares prova o quanto a sociedade em que vivemos sofre com a falta de ética do cidadão, já que, onde não há ética, as ações serão sempre reguladas.

Uma câmera e/ou um agente policial colocado (s) numa escola, por exemplo, não é uma ação moralizadora, e sim desmoralizadora. Tal afirmativa é explicada pelo fato de que quando tais artifícios são usados, o campo de ação ético de cada pessoa é excluindo, retirando sua capacidade deliberativa em relação a suas escolhas e obrigando ela a agir de uma maneira que a sociedade a impõe naquele determinado lugar. 

Entretanto, isso não a torna uma pessoa moralmente ou eticamente melhor. Afinal, é impossível que ela seja vigiada durante todos os passos do seu dia e, provavelmente, quando ela se sentir livre, continuará agindo de forma "incorreta". 

Portanto, tais ações de moralização ou desmoralização, que passam até por um viés opressor, não serão a salvação para um sociedade eticamente perdida historicamente. Por mais clichê que seja afirmar isso, a educação continua sendo a melhor solução dos problemas de uma sociedade. Mas, infelizmente, tal solução caminha a passos largos para se afastar cada vez mais da nossa realidade com a atual situação politica, econômica e social que vivenciamos.  

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