Roberta Abreu (99208)
Alexander de Almeida, empresário
riquíssimo de São Paulo, ficou conhecido nacionalmente após essa matéria
produzida pela Veja SP em 2013. O “rei do camarote”, como é conhecido, é
real. Alexander dá dicas baseadas em seu dia a dia para que você se torne uma
pessoa de prestígio perante todos da sociedade. Ter roupas de grife e carrões,
frequentar espaços VIP’s e ter amigos famosos estão na lista de como alcançar o
sucesso. Se você não as segue, você não tem valor.
É muito importante refletir que embora o vídeo
pareça engraçado - e até surreal, ele demonstra uma grande parcela da
sociedade, que leva uma incansável vida onde a aparência prevalece em
detrimento da essência. O empresário investe pesado em bens materiais com um
propósito evidente: ser destaque por onde passar. As pessoas têm em si a
necessidade de serem lembradas, desejadas e, claro, reconhecidas. Isso afirma a
Teoria da Eticidade/Reconhecimento, a qual diz que todo homem é um ser
histórico-cultural, com ações de natureza histórico-emocionais. O amor,
o direito e a solidariedade são os pilares do reconhecimento
humano e, quando feridos, levam o indivíduo ao sofrimento. Vivemos há séculos
numa sociedade que rege nossos costumes, preferências, gostos, manias,
inspirações… o produto final disso tudo é nossa identidade, também
baseada no que nos é imposto diariamente. O mundo está repleto de “reis do
camarote”, que deixam de lado até mesmo seus gostos particulares para aderir
aquilo que vai ser bem visto socialmente. É possível analisar isso nitidamente
em 1:45 quando Alexander diz: “Vou ser muito sincero, eu gosto mais de tomar
vodca. Mas a champagne é um status. Existe toda uma preparação quando
você pede, ela vem acompanhada de fogos… é uma coisa que chama atenção na
balada.”
Hoje, mais do que nunca, essa valorização da aparência toma conta das redes sociais, tal como o Instagram. Segundo uma pesquisa do Reino Unido, o Instagram foi considerado a pior rede social no que concerne seu impacto sobre a saúde mental dos jovens. Baseando-se no que é publicado, as pessoas criam visões ilusórias de vida perfeita, as montam em seus feeds e aguardam o prestígio social por meio das curtidas, comentários e seguidores. Entretanto, quando esse reconhecimento não chega, o indivíduo entra em conflito, sentindo-se à parte da sociedade e sua identidade entra em colapso. É claro que não se pode generalizar. Há quem use o espaço virtual de forma saudável, mas é inegável que esse ambiente, tal como o real, está repleto de fantoches.
Pode-se entender que nossos vínculos e nosso dinamismo social estão entrelaçados e tudo o que fazemos - TUDO - têm origem/consequência baseadas na construção de um significado.
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