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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

TVs que assombram



O surgimento de uma nova tecnologia é sempre uma alegria, algo inovador, inigualável, até mesmo, místico. Com as televisões não foi diferente. Aquela caixa preta que trazia notícias e mostrava programas sem parar parecia algo de outro planeta e, afinal, quem poderia duvidar de qualquer coisa que aquele maravilhoso aparelho “dissesse”?

Entretanto, como a magia das coisas não demora a acabar cada vez mais vemos a pessoas criticando e até mesmo “demonizando” a TV como se ela fosse a razão de todos os males do mundo. Uma máquina controladora, uma sugadora de cérebros. Mas, até onde isso é verdade?

Pierre Bourdieu diz que a televisão, em busca de audiência, expõe a um grande perigo não só as diferentes esferas de produção cultural como também a política e a democracia, e espera que aquilo “que poderia ter se tornado um extraordinário instrumento de democracia direta não se converta em instrumento de opressão simbólica. Mas esse seria um problema que nasceu com as TVs?

A opinião pública sempre dominou o jornalismo e mesmo antes dos aparelhos televisivos, jornais, tanto impressos quanto em rádio, buscavam discursos que conversavam com seu público alvo e chamadas que fossem chamativas e lhes arrecadasse mais leitores/ouvintes.
De fato, a maneira como jornais e programas se moldam aos seus públicos pode e deve ser criticada, mas na verdade, pode-se dizer público influencia mais na TV e meios de comunicação, do que eles influenciam o público. Entretanto, esse não é um problema exclusivo da televisão. Ao demonizá-la, estamos criticando um meio de comunicação em massa com alcance imenso. Seria mais plausível uma crítica aos novos caminhos que o jornalismo, como um todo, vem tomando.  

Texto: Maianna Medeiros
Matrícula: 99188

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