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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

"Instagramdolatria"




O livro a "Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia", de Vilém
Flusser – autor tcheco que residiu por trinta e quatro anos no Brasil, discorre basicamente sobre uma teoria que descreva a fotografia e as imagens.
Flusser nos explica que as imagens são “superfícies que pretendem representar algo”, um esforço para se abstrair das quatro dimensões transformando-as apenas em dimensões do plano, levando em consideração espaço e tempo. Dessa forma, a imagem que vemos e capturamos pelas lentes de nossas potentes câmeras e celulares é a codificação de fenômenos de quatro dimensões (realidade) e só podemos fazer ou desfazer essa codificação através da imaginação.
Criamos, portanto, um mundo por meio de imagens e exposições, vivemos em função dessas imagens, fazendo com que ficamos alienados - a idolatria. As imagens passam a se confundir com a realidade ao passar que a idolatramos.
Um claro exemplo disso é a própria rede social Instagram. Diariamente consumimos fotos e vídeos, assim como também as postamos na intenção de ser notados. O tempo gasto torna-se diferente do linear que estamos acostumados, ele passa a ser circular, de magia, onde um elemento dá significado ao outro.
As imagens do Instagram são o que chamamos de imagens técnicas que são produzidas por meio de aparelhos. Essas imagens são dificilmente decifráveis pois passam a ideia de que não precisam ser decifradas. Por apresentar, assim como o mundo, uma causa e um efeito em sua criação (causa – dedo do fotógrafo, efeito – fotografia), a imagem técnica aparenta não ser um símbolo, mas a própria representação do mundo, como se fossem janelas e não imagens. O observador confia na imagem técnica assim como confia em seus próprios olhos. 
Os sons, cores e interações nos capturam para um mundo onde tudo parece se perfeito e que tudo está em plena harmonia. No entanto, nem sempre condiz com isso e esse mundo do Instagram é por vezes falho. 
Assim sendo, o Instagram é de certa forma uma idolatria, onde somos alienados por essas aparências que, majoritariamente, podem ser irreais para nossa realidade.

Alice Ruschel Mochko
99178

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