O livro a "Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia", de Vilém
Flusser – autor tcheco
que residiu por trinta e quatro anos no Brasil, discorre basicamente sobre uma
teoria que descreva a fotografia e as imagens.
Flusser nos explica que
as imagens são “superfícies que pretendem representar algo”, um
esforço para se abstrair das quatro dimensões transformando-as apenas em
dimensões do plano, levando em consideração espaço e tempo. Dessa forma, a
imagem que vemos e capturamos pelas lentes de nossas potentes câmeras e
celulares é a codificação de fenômenos de quatro dimensões (realidade) e
só podemos fazer ou desfazer essa codificação através da imaginação.
Criamos, portanto, um
mundo por meio de imagens e exposições, vivemos em função dessas imagens,
fazendo com que ficamos alienados - a idolatria. As imagens passam a se confundir
com a realidade ao passar que a idolatramos.
Um claro exemplo disso é
a própria rede social Instagram. Diariamente consumimos fotos e vídeos, assim
como também as postamos na intenção de ser notados. O tempo gasto torna-se
diferente do linear que estamos acostumados, ele passa a ser circular, de
magia, onde um elemento dá significado ao outro.
As imagens do Instagram
são o que chamamos de imagens técnicas que são produzidas por meio de
aparelhos. Essas imagens são dificilmente decifráveis pois passam a ideia
de que não precisam ser decifradas. Por apresentar, assim como o mundo, uma
causa e um efeito em sua criação (causa – dedo do fotógrafo, efeito –
fotografia), a imagem técnica aparenta não ser um símbolo, mas a própria
representação do mundo, como se fossem janelas e não imagens. O observador
confia na imagem técnica assim como confia em seus próprios olhos.
Os sons, cores e
interações nos capturam para um mundo onde tudo parece se perfeito e que tudo
está em plena harmonia. No entanto, nem sempre condiz com isso e esse mundo do
Instagram é por vezes falho.
Assim sendo, o Instagram
é de certa forma uma idolatria, onde somos alienados por essas aparências que,
majoritariamente, podem ser irreais para nossa realidade.
Alice Ruschel Mochko
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