O conceito de indústria cultural foi cunhado em 1940 por Theodor Adorno em coautoria com Marx Horkheimer na obra Dialética do esclarecimento, substituindo a expressão “cultura de massa”, pois a mesma causava certa ambiguidade ao sugerir um sentido de uma cultura nascida espontaneamente das camadas populares. Esse conceito é como lócus essencial para compreender a cultura de massa e a armadilha da técnica na sociedade moderna.
A indústria cultural transfere as características o domínio da técnica para os bens culturais na modernidade, adaptando os produtos a um consumo de massa aliado aos interesses do capital para construir um grande sistema: “O terreno no qual a técnica conquista seu poder sobre a sociedade é o poder que os economicamente mais fortes exercem sobre a sociedade. A racionalidade do método hoje é a racionalidade da própria dominação”.
As influências da indústria cultural se revelam como um debate ainda atual no que tange à massificação cultural, uma vez que o poder exercido pelos interesses mercadológicos vigoram de modo patente sobre as escolhas dos indivíduos. De tal forma que muitos tendem a guiar seus gostos artísticos conforme a moda em voga. Nesse sentido, a monopolização da cultura como produto impede a apropriação para formação estética dos sujeitos, pois suas reais intenções são determinadas por questões comerciais onde o lucro é o seu maior objetivo.
Entretanto, mesmo com posições pessimistas acerca do poder exercido pela indústria cultural, Adorno vê possibilidades de uma cultura não desvinculada da formação humana. Assim, para a educação ser efetiva, necessita promover a autonomia e a emancipação dos sujeitos contrapondo-se à ideologia dominante através da autorreflexão crítica. Sendo assim, é praticamente impossível fugir
desse modelo, mas deveríamos buscar fontes alternativas de arte e de
produção cultural, que, ainda que sejam utilizadas pela indústria,
promovessem o mínimo de conscientização possível.
Iasmim Lamounier
ES99209
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