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sábado, 30 de novembro de 2019

Filme "A Chegada" e a influência através da linguagem


Em 1940, Benjamin Lee Whorf, um engenheiro químico interessado em antropologia, publicou o artigo “Ciência e linguística” na revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. No texto, Whorf aplicava as ideias do linguista alemão Edward Sapir sobre a influência da linguagem no modo de pensar dos indivíduos – ele defendia a tese de que os indígenas americanos tinham uma visão de mundo diferente dos falantes de inglês porque suas línguas originais não diferenciam a conjugação dos tempos verbais. Devido a essa peculiaridade, os nativos tinham dificuldade de compreender o conceito de temporalidade, mas conseguiriam intuir a teoria da relatividade de Albert Einstein, segundo a qual o tempo passa de forma diferente de acordo com o ponto de vista do observador.
Essa teoria sobre como a língua materna molda a forma como vemos o mundo recebeu o nome de Hipótese Sapir-Whorf, ou relativismo linguístico. Nas últimas décadas, cientistas tentaram provar essa teoria por meio de várias experiências. Nenhum deles foi tão bem-sucedido quanto o cineasta canadense Denis Villeneuve no filme A chegada, que estreou na quinta-feira (24). Valendo-se dos recursos da ficção científica, Villeneuve coloca em prática os conceitos de Sapir-Whorf. Mas, em vez de línguas humanas, a trama se debruça sobre línguas alienígenas.

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Em A chegada, a análise da linguista Louise conclui que o idioma dos alienígenas não se apoia em definições claras de presente, passado e futuro. Por isso, a escrita extraterrestre não é linear como as línguas humanas, escritas da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita. Todas as palavras se juntam em símbolos circulares nos quais os verbos não têm conjugação. Tampouco há correspondência entre a língua falada e a língua escrita. Os alienígenas falam por meio de sons que a garganta humana é incapaz de imitar, mas os círculos que eles escrevem não são a representação gráfica desse discurso. É nesse aspecto que A chegada se torna um filme mais ficcional que científico. Segundo a linguista Jessica, há sempre uma correspondência entre o escrito e o falado nas línguas humanas. Mas esse é o tipo de licença poética (ou, no caso, científica) que cabe bem nos filmes de ETs. 

Laísa Rodrigues de Menezes, 99197

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