Segundo o filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin todos
nós estamos possuídos pelo olhar alheio, porque a gente assimila o discurso do
outro. Nesse sentido, a nossa consciência é uma consciência construída e nosso
discurso nada mais é do que uma polifonia discursiva, ou seja, uma reprodução
do discurso alheio.
Aparentemente estamos construindo o discurso, mas na verdade
isso é uma ilusão. Dessa forma, podemos pensar o discurso como a estrutura que montamos
com os blocos da caixa de lego, uma vez que pensamos estar construindo essa
estrutura, mas na verdade os blocos já vêm prontos e só precisamos
organizá-los. Da mesma forma acontece com o discurso: existem vários com
diferentes vertentes, a gente ouve e acaba reproduzindo eles, mas não criamos
um novo discurso.
Além disso, segundo Bakhtin tudo que é ideológico possui um
significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Como, por exemplo, o pão
e vinho são produtos de consumo, mas no contexto da comunhão que é um
sacramento cristão eles ganham um valor simbólico, um signo ideológico.
Isso significa que não existe comunicação passiva, pois o
enunciado de um locutor vai influenciar o interlocutor que vai assimilar e
reproduzir o discurso desse locutor. Para Bakhtin, as palavras do texto não são
só palavras, existe um significado e uma intenção nas entrelinhas, ou seja, palavras
modificam a realidade, a palavra é ação.
Autora: Laura Fernandes de Souza.
Matrícula: 99190.
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