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terça-feira, 5 de novembro de 2019

A palavra é ação





Segundo o filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin todos nós estamos possuídos pelo olhar alheio, porque a gente assimila o discurso do outro. Nesse sentido, a nossa consciência é uma consciência construída e nosso discurso nada mais é do que uma polifonia discursiva, ou seja, uma reprodução do discurso alheio.

Aparentemente estamos construindo o discurso, mas na verdade isso é uma ilusão. Dessa forma, podemos pensar o discurso como a estrutura que montamos com os blocos da caixa de lego, uma vez que pensamos estar construindo essa estrutura, mas na verdade os blocos já vêm prontos e só precisamos organizá-los. Da mesma forma acontece com o discurso: existem vários com diferentes vertentes, a gente ouve e acaba reproduzindo eles, mas não criamos um novo discurso.

Além disso, segundo Bakhtin tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Como, por exemplo, o pão e vinho são produtos de consumo, mas no contexto da comunhão que é um sacramento cristão eles ganham um valor simbólico, um signo ideológico.

Isso significa que não existe comunicação passiva, pois o enunciado de um locutor vai influenciar o interlocutor que vai assimilar e reproduzir o discurso desse locutor. Para Bakhtin, as palavras do texto não são só palavras, existe um significado e uma intenção nas entrelinhas, ou seja, palavras modificam a realidade, a palavra é ação.  

Autora: Laura Fernandes de Souza. 
Matrícula: 99190.

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