O programa Bolsa Família foi criado no ano de 2003, como unificação de
outros quatro programas de transferência de renda: Bolsa-Escola,
Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás e o cartão alimentação do Fome Zero.
Visando inclusão social de milhões de brasileiros que sobreviviam em
extrema miséria, o programa propôs o alívio imediato da situação de
pobreza e fome. O fato de ser ainda muito insuficiente como tal não nos permite ignorar suas possibilidades de se tornar uma consistente política de formação de cidadãos se complementadas por um conjunto mais amplo de políticas publicas que visem este alvo – a formação da cidadania democrática no Brasil. Também almejava estimular um melhor acompanhamento dos serviços públicos
de saúde e ajudar a superar índices de evasão escolar, repetência e
defasagem idade-série de alunos. Visto que um dos requisitos para
receber o auxílio é a permanência das crianças e adolescentes na escola.
A partir da relação entre o Bolsa Família e a possibilidade de aliviar a situação de extrema pobreza criamos a hipótese de que a renda monetária, por menor que seja, provoca alterações na vida das famílias recebedoras, especialmente nas mulheres. Além disso vale ressaltar que as famílias que recebem o auxílio são aquelas cuja existência inteira foi carente de direitos básicos. Apesar de o valor não tirar essas famílias da faixa da pobreza, elas
conseguem perceber a diferença e serem reconhecidas pelo Estado e isso gera uma certa autonomia dessas mulheres em relação a sociedade. Há relatos básicos onde a alteração é mínima, porém não insignificante,
como comprar um alimento diferente para alimentar seus filhos, e outras
maiores questões de divorcio e empoderamento e autonomia de sua própria
vida.
Ao receber um dinheiro que é somente seu, as mulheres passam a
desenvolver um empreendimento econômico próprio, engajam-se em novas
experiências sociais e passam a se reconhecer, a si e as suas famílias,
de modo diferenciado, tendo um controle de sua vida pessoal e familiar
coletiva. Dessa forma as mulheres, antes dependentes de homens são libertas e passam a ter mais autonomia sobre suas vidas e a vida de seus filhos, gerando assim um empoderamento feminino em relação a necessidade de um homem provedor do sustento, que passa a ser inexistente a necessidade masculina na forma financeira pois as mulheres passaram a ser as lideres da família.
Iasmim Lamounier
ES99209
O Jornal de Filosofia da Comunicação é um espaço de produção de conhecimento crítico e filosófico de estudantes do Curso de Comunicação da Universidade Federal de Viçosa. As postagens - notícias, colunas, opiniões e resenhas - são produções inspiradas nas aulas de Filosofia da Comunicação (EDU 124. Os textos e imagens são de responsabilidade dos autores estudantes e não são compartilhadas pela universidade ou pelo corpo docente. Coordenador : Prof. Dr. Arthur Meucci (DPE/UFV)
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